OIT lança livro Retrato Escravo
Renata Germano

OIT.

As péssimas condições de trabalho, análogas às de escravo, a solidão das famílias que ficam sem os pais e irmãos que vão para longe em busca de emprego, e o momento do resgate desses trabalhadores. Esse ciclo da escravidão contemporânea no Brasil é mostrado no livro Retrato Escravo, foi lançado dia 09 de setembro no prédio do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.

Com fotos de João Roberto Ripper e Sérgio Carvalho, o lançamento foi acompanhado da abertura da exposição fotográfica dos dois profissionais sobre o tema. A mostra poderá ser visitada até o dia 15 de outubro no TST, e depois vai percorrer outros prédios da capital, como o Ministério do Trabalho e Emprego, seguindo então para outras cidades.

Elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) com o apoio da Fundação Vale, o livro será distribuído para entidades envolvidas com o tema, como autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como ONGs,  estudantes e jornalistas.

“Nosso objetivo ao promover esse trabalho foi criar mais uma ferramenta de mobilização da sociedade. Hoje o Brasil, em comparação com outros países, está bastante avançado nos mecanismos de combate ao trabalho escravo, mas estamos longe de erradicar o problema”, explica o coordenador do projeto de combate ao trabalho escravo na OIT, Luiz Machado.

O piauiense Sérgio Carvalho começou a fotografar em meados da década de 1990 registrando trabalhadores escravizados em fazendas do norte do país. “Acredito que a fotografia, como qualquer forma de expressão, pode e deve servir como instrumento de politização, de questionamentos, de mudança social e de denúncia”, diz Sérgio.

João Roberto Ripper, carioca, é especialista em fotografia documental, social e fotojornalismo. Ele fotografa há mais de 30 anos e acompanhou denúncias da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre trabalho escravo em todo país antes de começar a seguir o grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho.

“Acredito que a imagem ajuda a inverter uma condição que é inaceitável e que é preciso se ver para poder mudar. E é muito bom ver as pessoas sendo libertadas”, afirma.

As fotografias foram feitas no Pará, em Campos (RJ), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Ceará. Elas são acompanhadas por textos de pessoas envolvidas com o combate ao trabalho escravo, como Leonardo Sakamato, da ONG Repórter Brasil, e Laís Abramo, Diretora do Escritório da OIT no Brasil.

Fonte: Vale - Assessoria de Imprensa

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