Isabela Fogaça, Miguelina Vecchio e Mari Perusso defendem os direitos da mulher
Renata Germano

Semana da Mulher - Força Sindical.

Iniciando a segunda noite de debates da Semana da Mulher da Força Sindical-RS, as convidadas ilustres da noite – Isabela Fogaça, primeira-dama de Porto Alegre, Miguelina Vecchio, socióloga, presidente Nacional da Ação Mulher Trabalhista e Vice-presidente da Internacional Socialista de Mulheres para a América Latina, e Mari Perusso, presidente da Federação das Mulheres Gaúchas abordaram com profundidade a posição da mulher na sociedade e a banalização da figura feminina perante a televisão brasileira. O encontro aconteceu nesta quarta-feira, dia 10, na sede da Força Sindical.

Abrindo a conversa, Isabela Fogaça destacou que a mulher sofre por estar dividida entre a casa e o trabalho. “Nos dias atuais, a mulher, mãe de família precisa estar envolvida com os filhos, com os cuidados da casa e trabalhar. Tudo anda junto. Para ela não tem cansaço”, disse.

A primeira-dama também lembrou que, os homens não estão dispostos a dividir as tarefas de casa, seja de organizar, passear com os cachorros ou até mesmo cuidar dos filhos. “Essa cultura a gente tem que exercitar dentro de casa e mostrar para o nosso companheiro que assim como o dia dele foi difícil, o nosso também foi. Precisa haver uma relação de cumplicidade, companheirismo e respeito”, finalizou Isabela Fogaça.

Miguelina Vecchio, uma lenda viva da luta pelas mulheres, iniciou sua fala desmistificando o que a maioria das mulheres e homens tem como verdade absoluta, de que a mulher é descriminada desde os tempos da caverna. “É mentira, no período primitivo as mulheres eram essenciais para a vida do homem e dos filhos”, comentou.

A dirigente seguiu lamentando a visão pequena e capitalista da sociedade. “A mulher não faz um aborto porque quer ou gosta, faz por necessidade. E ninguém aqui imagina a precariedade do SUS”, descreveu. Miguelina seguiu com seu discurso imponente e dirigido, afirmando que hoje os filhos são criados e educados com a pior televisão do mundo – que vulgariza a mulher, o corpo, a formação. “Se nós boicotássemos todos os produtos que utilizam em suas campanhas as mulheres, nos ofendem e nos colocam como objetivo, as coisas seriam muito diferentes”, alertou.

Segundo Miguelina, o Ministério do Trabalhou criou recentemente um núcleo só para as mulheres. “É mais um ganho para a nossa luta. Vamos qualificar as mulheres para o trabalho, atender todas as demandas que for necessária. É uma mentira dizer que a mulher é menos qualificada – isso é uma invenção dos homens para coibir a entrada da mulher no mercado de trabalho”, disse.

A socióloga encerrou com a seguinte frase Aristóteles: “A amizade é uma alma que habita dois corpos”. 

Encerrando a noite de palestras, Mari Perusso fez uma retrospectiva da história da mulher, lembrando o primeiro 8 de março, onde mulheres trabalhadoras foram trancadas e queimadas em uma fábrica têxtil nos Estados Unidos. “Queremos mais autonomia e mais cidadania. Lutamos pelas mesmas bandeiras, trabalhamos da mesma forma, só queremos um Brasil mais igualitário para todas nós”, destacou.

O presidente da Central, Clàudio Janta, finalizou o encontro lembrando o que a Força Sindical é a mais feminina das centrais. “A Força foi fundada no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, exatamente pela sensibilidade, coerência, carisma e fidelidade das mulheres”, lembrou. Janta

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