II Congresso da Fetracos - Técnicos do Dieese enfocam os fatores da negociação coletiva de salário
Jousi Quevedo

Os indicadores orientam a um bom momento da economia, mas especialistas alertam para o problema dos juros e a inflação.

Os reflexos da economia e os efeitos do desenvolvimento da China foram os temas que marcaram o início do painel Negociação Coletiva, do diretor técnico do Dieese, Ricardo Franzoi. No Brasil, além do risco de inflação e alta dos juros, atrapallha o desenvolvimento e a expansão da economia a reprimarização da produção, especialmente na venda de commodities.

Os preços dos commodities que aumentam o valor dos alimentos, como soja e milho que viram combustível. o que cria ambiente de especulação na economia mundial. Como impacto nos trabalhadores, uma parte da inflação da economia brasileria cresce, acarretando em aumento da taxa de juros e encarece o crédito. Segundo Franzoi, por pressão dos sindicalistas e trabalhadores a crise de 2009 não afetou os empregados. Políticas reivindicadas pelas centrais pressionaram o governo do ex-presidente Lula e o incentivo ao consumo foi uma das alternativas que o governo lançou mão para aquecer o mercado brasileiro.

Para 2011, perspectiva é criar mais de 1milhão e 600 postos de trabalho e no Rio Grande do Sul mais de 100 mil contratações, o que influi na negociação coletiva, demostrando demanda por trabalho e mudanças nas negociações coletivas.

Os riscos, aponta Franzoi, são as políticas que o governo pode adotar para reduzir a taxa de inflação. Sobre o piso, o aumento de 11,6% é considerada uma ajuda do governo estadual para auxiliar na negociação dos acordos coletivos.

Dentre os desafios, está a informalidade, muito alta no Brasi; a valorização do posto de trabalho (condição de trabalho e qualificação do emprego).

Daniela Sandi, economista do Dieese, falou dos aspectos econômicos ligados ao comércio que devem ser considerados nas negociações salariais em 2011. Foram criadas 163 mil vagas no RS e o comércio é o grande carro chefe desse crescimento. Por segmentos, todos foram positivos, sendo os mais expressivos os de material de construção, móveis e eletrodomésticos, informática e materias de escritório, etc. Cresceram entre 6% e 34%.  Para 2011, o crescimento mínimo de 5% do comércio. O setor aparece em 3º lugar como o que mais cresceu entre 1999 e 2009, com alta de 70%.

Os indicadores mostram que apesar da informalidade ter diminuído durante os anos, ainda o índice é muito alto. De modo geral, as perspectivas são muito positivas e por isso é o momento de melhora dos salários no comércio.

O presidentente do Sindicato dos Comerciários de Pelotas, Zé Luís, disse que o piso regional não é considerado pelos patrões no interior e que isso deve ser consolidado.

Claúdio Côrrea, diretor da Fetracos, afirmou que o biodisel originário de alimentos pode levar a uma crise. Neco, presidente do Sindec-POA, questiona a expansão chinesa sobre a que nível se dá a relação com o comércio do Brasil. Para Janta, a alta dos preços dos alimentos da cesta básica demonstra o crescimento da inflação desde janeiro. Já sobre a regulamentação da profissão de comerciário, disse que a questão do piso regional para a categoria tem que ser implantada e efetivada. Janta acredita que falta discutir o tipo de trabalho que será desenvolvido.

Voltar pro topo