Fórum entre sindicalistas e embaixadores da OEA focaliza a inserção do jovem no mundo do trabalho
Régis Araújo

Uma histórica reunião entre dirigentes do mundo do trabalho e representantes dos países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) aconteceu no último dia 2 de junho, no Centro de Convenções Plaza Mayor de Medellín, na Colômbia, como parte das atividades preparatórias da Assembléia Geral da Organização.

Uma histórica reunião entre dirigentes do mundo do trabalho e representantes dos países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) aconteceu no último dia 2 de junho, no Centro de Convenções Plaza Mayor de Medellín, na Colômbia, como parte das atividades preparatórias da Assembléia Geral da Organização. Pela primeira vez na história da OEA, o evento convocou um fórum de representantes do movimento sindical e do governo, permitindo uma revisão conjunta dos problemas que enfrenta a juventude para a inserção no mundo do trabalho.

Presidida pelo Ministro de Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araújo, a reunião foi baseada na resolução de número 2315, sobre a participação dos representantes dos trabalhadores nas atividades da OEA, cuja prática é apoiada pela Colômbia. Os trabalhadores foram representados pelo secretário de Relações Internacionais da Força Sindical, presidente do Sindec e vice-presidente do Conselho Sindical de Assessoramento Técnico (COSATE), Nilton Neco; o vice-presidente do Comitê da Juventude da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), Octavio Rubio; e a ecretária de Política Sindical e Educação da CSA, Amanda Villatoro.

Sindicalistas e representantes dos Estados Membros da OEA concordaram sobre a necessidade de fixar metas concretas que permitam uma integração plena e digna dos jovens ao mundo do trabalho. Afirmando que as soluções para os problemas que cercam os jovens e o mercado de trabalho não estão longe, mas nas declarações de chefes de Estado e ministros, nas reuniões de cúpula e assembléias da OEA, Nilton Neco declarou que tais resoluções precisam ser cumpridas, postas em prática. Ele citou a declaração da Agenda do Trabalho Decente, cuja importância deve ser reconhecida em convenções coletivas de trabalho e acordos entre patrões e empregados, já apontam para a construção de ambientes corretamente certificados e para o desenvolvimento sustentável, como metas práticas.

JUVENTUDE E DEMOCRACIA - Coube a Amanda Villatoro fazer a leitura da declaração na qual as lideranças destacam pontos que consideram básicos, dentre os quais o fomento da cultura democrática como inventivo para a participação política, social e produtiva da juventude. O documento, chama a atenção para a necessidade de formulação de compromissos vinculados à proteção dos direitos juvenis fundamentais e o seu papel na consolidação do processo democrático. No mesmo sentido, é resgatado o valor da representação coletiva para a participação dos jovens, pois, conforme disse, o exercício da liberdade sindical é um antecedente para a incorporação dos jovens como protagonistas da cidadania. Amanda Villatoro cobrou dos governos a implementação de políticas nacionais de geração do primeiro emprego e ainda o combate à precarização do trabalho. Em tom enfático, a dirigente sindical afirmou que os investimentos em educação e formação profissional são insuficientes sem a existência desses mecanismos.

Em nome da juventude da CSA, Octavio Rubio, apresentou alguns estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os jovens desempregados. Segundo o estudo, existem cerca de 106 milhões de jovens (de 15 a 24 anos) na América Latina e no Caribe, dos quais 45% trabalham, o que corresponde a cerca de 48 milhões de pessoas. Deste total, aproximadamente 30 milhões de jovens trabalham no setor informal em condições precárias e 10 milhões se encontram desempregados. Cerca de 22 milhões de jovens não estudam nem trabalham e entre todos os desempregados da região, 46% são jovens.

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