Encontro busca alternativas para o desenvolvimento sustentável do RS
Régis Araújo

Criar alternativas para garantir o futuro do Rio Grande do Sul sem prejudicar o meio ambiente, levar ao conhecimento da população as perspectivas de florestamento na área de abrangência do Programa Mar de Dentro.

Criar alternativas para garantir o futuro do Rio Grande do Sul sem prejudicar o meio ambiente, levar ao conhecimento da população as perspectivas de florestamento na área de abrangência do Programa Mar de Dentro. Estes foram os principais focos do XII Seminário Mar de Dentro, promovido pela Força Sindical, a Associação Força Verde e a Comissão de Meio Ambiente do Coredesul, que aconteceu na última semana, em Pelotas.

Durante audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, na manhã da sexta-feira (06), o presidente da Força Verde e diretor de Políticas Ambientais da Força Sindical-RS, Lélio Falcão, afirmou que as restrições impostas pelo poder público e organizações não-governamentais estão impedindo a atração de investimentos no Estado, principalmente na Metade Sul, uma das regiões mais deprimidas economicamente. "Precisamos de leis que dêem tranqüilidade aos investidores e aqueles que precisam de emprego de prover o desenvolvimento e prever a preservação ambiental. Está muito claro que há um desconhecimento da sociedade sobre o potencial de desenvolvimento de áreas verdes no Rio Grande do Sul sem abalar a natureza".

O deputado Pedro Pereira (PSDB), que coordenou os trabalhos da Comissão, também concorda que o progresso e a preservação ambiental podem andar ao mesmo passo. "Não podemos impedir que investimentos na ordem de R$ 10 bilhões cheguem ao Estado, se todos os levantamentos feitos por técnicos e universidades mostram que nenhuma obra de reflorestamento irá prejudicar o ecossistema", enfatizou.

O presidente da Força Sindical-RS, Clàudio Janta, também destacou a necessidade de desenvolvimento econômico e consciência ambiental andarem juntos. "O vilão da degradação do meio ambiente não é o reflorestamento. O grande vilão é a falta de geração de emprego e renda em conseqüência de ideologias restritivas ao meio ambiente". Janta ainda salientou que um dos principais responsáveis pelas mudanças climáticas, hoje, são atitudes individuais como a poluição e a não separação do lixo que vêm se acumulando continuamente. "Queremos formar e conscientizar as pessoas nas grandes cidades, onde se produz toneladas de lixo", explicou.

Silvicultura

Durante a tarde, a Câmara de Vereadores de Pelotas sediou audiência da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa, coordenada pelo deputado Nelson Härter (PMDB). Segundo Härter houve um avanço significativo sobre o papel e as responsabilidades de todas as partes envolvidas no projeto de florestamento do RS, destacando a concessão de licenciamentos para uma série de empreendimentos na Metade Sul.

O presidente da Força Verde, Lélio Falcão, disse que os investimentos anunciados na região para a produção de celulose ainda causam temor pelo desconhecimento dos projetos e de que forma podem incrementar a economia do Estado e contribuir com a natureza. Ele defendeu o zoneamento ambiental em todas as atividades agrícolas e a criação de mecanismos legais através de estudos científicos elaborados por técnicos e universidades. "Existem estudos técnico-científicos muito amplos que não foram levados ao conhecimento da sociedade como um todo. E a Assembléia Legislativa, neste contexto, tem um papel fundamental de ouvir todos os envolvidos nesse processo e legislar de forma que atenda aos interesses do Estado", destacou.

Representando a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o secretário adjunto, Francisco Simões Pires, afirmou que para haver desenvolvimento com sustentabilidade não podem existir posições rivalizadas. ?Precisamos afastar hostilidades e fazer um amplo debate com a sociedade, Assembléia Legislativa e empresários?. Simões Pires ainda destacou a preocupação do governo do Estado em basear-se em estudos qualificados de impactos ambientais com o objetivo de limitar ou não determinadas atividades.

Programa

O Pró-Mar de Dentro é um programa estadual, criado em 1994, para desenvolvimento, recuperação e gerenciamento ambiental da bacia hidrográfica das lagoas dos Patos e Mirim. O programa repercute fração considerável do território do Rio Grande do Sul - são 63 mil quilômetros quadrados de banhados, matas, serras, coxilhas, lagoas e mar, o que corresponde a 22,5% da área do Estado, abrangendo 50 municípios.

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