90,7% das negociações resultaram em ganho real
Régis Araújo

negociações salariais analisadas no primeiro semestre de 2007 apresentaram resultados satisfatórios para os trabalhadores. Desde 1999, quando o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) deu início à pesquisa no Estado, este é, pela segunda vez, o melhor resultado já registrado.

Desde 2004, os resultados das negociações coletivas de trabalho seguem trilhando uma linha progressivamente favorável à recuperação das perdas salariais. De janeiro e junho deste ano, houve percentuais de reajustes iguais ou superiores às variações acumuladas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE) para cada data-base.

A pesquisa indicou também que 90,7% das negociações resultaram em ganho real para os trabalhadores, ou seja, fixaram índices de reajustes superiores aos percentuais necessários à reposição de perdas salariais em cada data-base. Em apenas 9,3% dos casos, o reajuste foi igual ao INPC do período.

Em relação ao primeiro semestre de 2006, houve uma queda de 6 pontos percentuais na proporção de reajustes capazes de ao menos repor as perdas inflacionárias, e um crescimento de 5,6 pontos percentuais nos que asseguraram aumentos reais. Em 2006, esses percentuais corresponderam, respectivamente, a 15,3% e 84,7%.

Comparando os setores de atividade entre si, constata-se que a indústria foi o setor que apresentou o resultado mais favorável. A totalidade dos acordos firmados teve reajustes superiores ao INPC. No comércio esse percentual equivale a 66,7% e no setor de serviços, a 72,7%.

No Brasil, quase a totalidade das negociações de reajuste salarial registradas no primeiro semestre de 2007 conseguiu ao menos repor a inflação acumulada nos 12 meses anteriores à data-base. De um total de 280 instrumentos acompanhados pelo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-DIEESE), entre janeiro e junho deste ano, 272, ou cerca de 97,1%, acordaram reajustes iguais ou superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 87,5% (245) conquistaram aumentos reais de salário. Em apenas 2,9% dos casos, não houve reposição da inflação.

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