95% das negociações obtêm piso salarial
Gabriella Oliveira

Estudo divulgado pelo Dieese mostra que salários cresceram 2,8% ante a inflação em 2013.

Cerca de 95% das negociações coletivas resultaram em aumento salarial acima da inflação em 2013, de acordo com pesquisa divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Na média, o aumento real nas 685 unidades de negociações ficou em 2,8%.

Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o balanço do período é positivo. ‘’O resultado aponta a recuperação da perda inflacionária e adiciona aumento real. É bom para a economia e garante o reajuste, um dos fundamentos pelos quais o índice de desemprego é baixo’, aponta o sindicalista.

Segundo o técnico do Dieese responsável pelo estudo, Luis Ribeiro, ‘’há uma continuidade do desempenho das negociações nos últimos anos’.

O secretário de administração e finanças da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Quintinho Marques Severo, observa dos aspectos: o crescimento sustentável da economia e a expansão do salário mínimo. “Não houve crescimento negativo, o que vem fazendo com que os pisos salariais cresçam últimos anos. A grande oferta de emprego leva a pressão dos salários para cima’’, avalia.

No entanto, os resultados da pesquisa apresentam baixa com relação a 2012, quando 98% das negociações salariais resultaram em ganhos acima da inflação e a média do aumento real foi o dobro na comparação com 2013, com 5,6%.

‘’O ano de 2012 foi excepcional para as negociações coletivas. Essa queda é coerente com a queda observada nos demais salários. O que a gente observa desde 2000 é que o grosso das negociações consegue ganhos reais’’, diz Luiz Ribeiro.

‘’É preciso olhar a série histórica. Há toda uma pressão do empresariado e os salários estão crescendo acima da produtividade’, opina Quintino.

2014/ A previsão para este ano é que o aumento decorrente das reivindicações sindicais acompanhe o crescimento da economia. ‘’Os ganhos para o ano serão maiores, mas dentro desse patamar, entre 2% e 3%’’, indica o técnico do Dieese.

“Eu acredito que se você mantém o emprego, a tendência é você exigir melhores salários’’, diz Juruna.

Fonte: Diário de S. Paulo

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