Valor do mínimo poderá ser negociado
Jousi Quevedo

Marco Maia, candidato à presidência da Câmara, prevê pressão oposicionista durante votação da MP no Congresso que fixa salário em R$ 540.

O deputado Marco Maia (PT-RS), candidato do PT à presidência da Câmara, admite a possibilidade de mudar o valor do salário mínimo fixado pelo governo em R$ 540 durante a votação da medida provisória (MP) pelos parlamentares. A MP deve ser votada em março, quando passará a trancar a pauta dos trabalhos do plenário, com a expectativa de se tornar um dos primeiros embates entre o novo governo Dilma Rousseff e o Congresso.

"Vamos precisar de muita calma e tranquilidade para produzir uma equação para não inviabilizar as contas públicas e, ao mesmo tempo, ter um reajuste que dialogue com a sociedade brasileira", disse. A oposição anunciou que vai defender um mínimo de R$ 600, valor proposto pelo candidato derrotado à presidência da República José Serra (PSDB).

Caso eleito pelos novos deputados no dia 1.º de fevereiro, caberá a Maia indicar o relator da MP e conduzir a votação do salário mínimo na Casa.

"Na Câmara, o debate pode sempre produzir alterações nos projetos enviados. É legítimo e faz parte do debate político que se faz no parlamento", afirmou Maia, reconhecendo que o valor fixado pelo governo poderá ser alterado.

Na oposição, o parâmetro da discussão foi fixado pelo candidato tucano José Serra nas eleições de outubro. O líder do DEM, deputado Paulo Bornhausen (SC), antecipou que vai apresentar uma emenda à medida provisória do governo fixando o valor do mínimo em R$ 600. Ele fez o mesmo na discussão da proposta de Orçamento da União para 2011 aprovado no ano passado. "Nós ficamos com a posição do Serra. Ele afirmou que os R$ 600 têm viabilidade econômica", disse.

O líder considera que, certamente, outras emendas com valores distintos serão apresentadas à MP para discussão com o governo.

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