Pacote pode reduzir crise sobre empregos
Régis Araújo

O governo avalia que o primeiro trimestre de 2009 será o mais difícil do ponto de vista da atividade econômica e do emprego e, por isso, tenta atuar não só do lado real, mas também nas expectativas dos agentes econômicos, consideradas cruciais para um desempenho razoável do País.

O governo não se ilude de que o ano que vem será mais difícil do ponto de vista da geração de empregos na economia brasileira, mas acredita que pode evitar um cenário de forte contração nos postos de trabalho. A partir da combinação de investimentos mais fortes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2009 com medidas pontuais de estímulo, focadas mais nos setores de cadeia produtiva longa e intensivos em mão-de-obra - que têm um importante efeito multiplicador -, a equipe econômica acredita que pode sustentar um ritmo de atividade que evite um cenário muito negativo para o emprego, informou uma fonte do governo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na sexta-feira passada que nesta semana poderá anunciar medidas de estímulo ao setor produtivo. O cardápio de opções da equipe econômica contém desde medidas para estimular mais o crédito, especialmente para setores com mais dificuldades, como automóveis e construção - que já foram de alguma forma contemplados -, até desonerações tributárias. No encontro de sexta-feira com Mantega, os empresários paulistas deram ênfase à necessidade de se cortar tributos para estimular o setor produtivo e evitar ou pelo menos minimizar as demissões.

O governo avalia que o primeiro trimestre de 2009 será o mais difícil do ponto de vista da atividade econômica e do emprego e, por isso, tenta atuar não só do lado real, mas também nas expectativas dos agentes econômicos, consideradas cruciais para um desempenho razoável do País. Não à toa, o ministro Mantega sustenta seu discurso de que o País crescerá 4% em 2009, mesmo que no governo cresça o grupo dos que trabalham com projeções mais próximas de 3% a 3,5%.

A equipe econômica acredita que, diante da queda na relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) para menos de 40% e um superávit primário acima da meta, terá no ano que vem espaço fiscal suficiente para acelerar seus investimentos e assim contribuir para a geração de empregos, especialmente em setores intensivos em mão-de-obra, como a construção civil.

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