Mulheres em chefia trazem mais lucros
Jousi Quevedo

Presença do público feminino em cargos de alto nível tende a tornar maior a lucratividade, aponta pesquisa.

A presença das mulheres no mercado formal de trabalho e o avanço delas na ocupação de postos estratégicos nas empresas é responsável por melhora nos negócios, aumento nas vendas e expansão de mercado. A conclusão é do estudo "O Dividendo dos Gêneros: a Construção de um Plano de Negócio para Investir nas Mulheres", produzido pela consultoria Deloitte ao longo do primeiro trimestre de 2011.

A análise traz alguns dados que comprovam a tese de que a participação das mulheres em atividades econômicas estimula o crescimento.

Como exemplo, nas companhias europeias que contam com a presença feminina na direção ou em cargos do conselho de administração, houve, em determinado período avaliado, um retorno superior a 10% sobre o capital, em comparação com aquelas que possuem menor porcentagem de mulheres na liderança.

O motivo é explicado pelo professor de Teoria de Sistemas Complexos na Universidade de Michigan, Scott Page, citado no estudo. "Quando se trata de resolver problemas complexos ou de trazer inovação à empresa, um grupo heterogêneo sempre apresenta um desempenho melhor do que um homogêneo", avalia o pesquisador.

Segundo o levantamento, uma diferença entre homens e mulheres na liderança é que elas contribuem com um lado mais flexível e têm um maior nível de tolerância, características úteis em momentos de negociação e até de disputa.

Flexibilidade

Outra vantagem para as empresas, de acordo com Márcia Ogawa Matsubayashi, sócia da área de Consultoria Empresarial da Deloitte, é que "as mulheres se dedicam mais e são mais fieis às organizações".

Matsubayashi acredita que o mercado já percebeu isso e as empresas estão se esforçando para atraí-las e retê-las. Este, no entanto, não é o único motivo dos esforços da área de Recursos Humanos em relação a suas profissionais do sexo feminino. Enquanto a população tende a diminuir e a necessidade de mão de obra a aumentar, as trabalhadoras e os trabalhadores disponíveis vão envelhecer e se aposentar.

Esses fatores somados obrigarão diversas economias do mundo a investir em talentos, independentemente do sexo.

Mercado de trabalho

No Brasil, cerca de 40% da população economicamente ativa é composta por mulheres e a previsão é de que esse número suba nos próximos anos. Um dos indícios vem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra que as mulheres estão mais qualificadas. Em 2009, das mais de 1 milhão de mulheres fora do mercado de trabalho e à procura de uma oportunidade, 8,1% tinham nível superior. Seis anos antes, esse volume era de apenas 5%.

O Censo de Educação Superior, realizado pelo Ministério da Educação em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), divulgado no último ano, também reforça essa tese. Nos cursos de graduação presenciais, as mulheres representam 55% dos alunos matriculados e 58% dos concluintes. No ensino à distância, esses números são de 69% e 76%, respectivamente.

Participação

40% da população economicamente ativa do Brasil são compostos por mulheres. Tendência é que essa fatia aumente nos próximos anos.

Fonte: Diário do Nordeste

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