Sindec participa de reunião com centrais sindicais sobre a qualificação profissional no Estado
Jousi Quevedo

A revisão do conceito de qualificação profissional marcou a reunião das centrais sindicais em Porto Alegre.

A revisão do conceito de formação e qualificação profissional, incluindo sua aplicabilidade, marcaram a reunião das centrais sindicais gaúchas, realizada nesta quarta-feira (12/01) na sede da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), em Porto Alegre. O Sindec-POA foi representado pelo secretário-geral, Clàudio Janta (na foto, 3° da direita para a esquerda), que também presidente a Força Sindical-RS.

Representantes da Força Sindical-RS, UGT, CUT, CTB, NCST e CGTB concordaram que o modelo de qualificação aplicado pelo chamado “Sistema S” (Sesi, Senai, Sesc, Sebrae e Sest/Senat) têm se mostrado ineficaz para responder às necessidades reais de aprendizado e atualização da mão de obra dos trabalhadores gaúchos.

Defendendo a valorização do trabalho – apontado como grande ferramenta para a superação da crise mundial, a partir do fortalecimento do mercado interno - as lideranças condenam um posicionamento sistemático do empresariado e da mídia que desqualificam a mão de obra brasileira, ao invés de aprimorar o sistema de aprendizado, particularmente dos trabalhadores que estão empregados, os reais protagonistas do progresso nacional.

A crítica se refere ao fato de as instituições de formação profissional, coordenadas pelo empresariado, serem sustentadas por recursos públicos, em flagrante contradição com o discurso de falta de qualificação da mão de obra.

O papel das escolas técnicas, considerado essencial pelos presentes, foi apresentado como além da questão técnica propriamente dita, mas como instrumento de elevação da escolaridade, quando o ensino se preocupa com o contexto e não unicamente com um tema pontual.

A retomada do papel das comissões estadual e municipais de emprego – formal na atualidade – foi apontada unanimemente como alternativa para reverter um quadro considerado desfavorável pelos sindicalistas.

Destaque na reunião, a importância do educador na formação profissional, pois este ensina e aprende ao mesmo tempo quando leva em conta a experiência dos trabalhadores, sendo uma providência básica para a superação do dilema, uma vez que os cursos disponibilizados pelo “Sistema S” são ministrados por profissionais considerados instrutores e não professores graduados. Os representantes da central lembraram as palavras da presidente Dilma Rousseff, quando declarou no discurso de posse que os professores deveriam ser tratados como “verdadeiras autoridades em educação”.

O encontro deliberou a formação de uma comissão intersindical para promover ações conjuntas nesse sentido, como propagandear o tema junto à opinião pública e cobrar das autoridades medidas práticas, fazendo ver o quanto os trabalhadores e a sociedade perdem com o desajuste entre a necessidade real de mercado e o modelo de ensino profissionalizante vigente.

A questão da valorização salarial dos trabalhadores voltou à mesa ao ser abordada a votação do piso regional, atualmente nivelado ao salário mínimo, o que contraria a finalidade de sua criação. Em tom de indignação, os sindicalistas denunciaram os recentes episódios de elevação salarial de senadores, deputados e vereadores, num claro desrespeito aos trabalhadores, cujos salários somente são majorados após muita pressão.

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