Juros futuros reforçam aposta de Selic rumo aos 8,5% ao ano
Jousi Quevedo

Conforme cresce a expectativa de que o governo possa fazer alguma alteração na regra de rendimento da poupança, aumentam as apostas de que a Selic pode cair ainda mais.

As taxas de juros futuros de curto e médio prazos marcaram novo ajuste de baixa nesta sexta-feira, reforçando as apostas de que a Selic vai para baixo dos 9%. A curva mostra Selic em 8,5% ao ano no encontro de maio do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).

Segundo o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, conforme cresce a expectativa de que o governo possa fazer alguma alteração na regra de rendimento da poupança, aumentam as apostas de que a Selic pode cair ainda mais.

Hoje, a presidente Dilma Rousseff disse que esse é um assunto do Ministério da Fazenda e do Banco Central (BC). “Essa não é uma área da qual eu me posicione”, declarou a presidente da República.

O jornal Correio Braziliense, publicou, hoje, que Dilma teria agendado uma reunião com Fazenda e BC para definir o assunto. A publicação, apontou, ainda, que a presidente estaria disposta a arcar com o ônus político da mudança da poupança.

Rosa, no entanto, mantém sua projeção de Selic em 9% e prefere espera a ata da reunião, que será conhecida na próxima semana, antes de rever sua projeção.

Além disso, o especialista também condiciona a visão de Selic menor a alguma novidade com relação ao rendimento da poupança.

Ainda de acordo com o economista, o mercado deve prestar atenção ao comportamento dos vencimentos de longo prazo. Se as taxas começarem a subir de forma significativa, é sinal de desconforto com a atual política.

Por ora, diz Rosa, o mercado ainda não dá esse sinal, mesmo com os juros longos rondando a estabilidade, enquanto os curtos tiveram firme baixa. Algo que aumenta a inclinação da curva futura.

Para o especialista, essa possibilidade de desconforto ou adesão ao plano de voo do BC aparece com mais clareza nos próximos meses, conforme os agentes começam a reavaliar as estratégias para 2013 com base em dados mais claros sobre a trajetória da inflação e da atividade.

Antes do ajuste final de posições na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em maio de 2012 apontava estabilidade a 8,74%. E julho 2012 projetava 8,58%, queda de 0,02 ponto percentual.

Entre os vencimentos de médio e longo prazos, janeiro de 2013 mostrava queda de 0,05 ponto, a 8,38%. Janeiro 2014 apontava baixa de 0,04 ponto, a 8,87%. Janeiro 2015 devolvia 0,03 ponto, a 9,54%. Janeiro 2016 tinha estabilidade a 9,97%. Janeiro 2017 também apontava estabilidade a 10,16%. E janeiro de 2021 projetava 10,73%, alta de 0,02 ponto.

Até as 16h15, antes do ajuste final de posições, foram negociados 1.457.709 contratos, com giro financeiro de R$ 131,04 bilhões (US$ 69,75 bilhões), cerca de metade do registrado antes. O vencimento mais líquido do dia foi o janeiro de 2013, com 582.313 contratos negociados e giro de R$ 55,07 bilhões (US$ 29,31 bilhões).

Valor Econômico

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