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Estudo do Ipea descreve queda da taxa de desemprego ao longo da última década
por Jousi Quevedo |
A diminuição da taxa de desemprego foi um marco do Brasil na última década, aliada à elevação do rendimento médio do trabalho, segundo avaliou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em comunicado divulgado na última semana. Porém, o órgão considerou que o aumento na criação de vagas entre 2009 e 2011 foi menor que a variação da população em idade de trabalhar.
Baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o instituto confirmou queda do desemprego em todas as regiões e faixas de idade. E acrescentou que há diminuição na participação na força de trabalho dos mais jovens e mais velhos, o que pode impactar na redução da taxa de desemprego.
Segundo o técnico Miguel Foguel, a redução de pessoas com 63 anos na procura por emprego precisa ser mais bem estudada, assim como o fenômeno dos jovens em torno de 18 anos que não estão estudando, tampouco procurando um trabalho. A proporção desses aumentou em relação a 2009 e chegou a 19% entre as mulheres e a 9% entre os homens, em 2011.
Entre só os mais novos, temos a indicação de uma bifurcação: há os que saem do mercado e voltam à escola, para se qualificar, e os do fenômeno 'nem, nem', que nem estudam, nem trabalham", afirmou Foguel. Para ele, isso pode ser explicado pelo aumento da renda das famílias - "que dá ao jovem o luxo de não fazer nada" - e por questões sociológicas, que precisam ser estudadas.
O comunicado do Ipea destacou ainda que a queda do desemprego na última década ganhou força a partir de 2005. Mesmo refletindo efeitos da crise econômica financeira internacional, quando a taxa cresceu 1,3 ponto percentual em 2009, o índice voltou a cair em 2011. "Essa redução fez o desemprego atingir seu menos valor nos últimos dez anos", segundo o documento.
Os pesquisadores do instituto ainda reforçaram que Brasil está entre os países onde o desemprego menos aumentou, apesar da crise econômica, e onde houve uma "capacidade de reverter e compensar esses efeitos até 2011, o que não ocorreu na maioria das nações". Entre elas, o comunicado cita, países europeus como Reino Unido, além dos Estados Unidos.
O rendimento do trabalhador entre 2001 e 2011 também mostra recuperação, após diminuições do início da década, reforça o Ipea. O salto somente entre 2009 e 2011 foi de 8,4%, uma taxa de 4,1%, chegando a R$ 1.349 (médio) para todos os trabalhos e a R$ 1.306 do trabalho principal.
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