Janta defende administração tripartite no MTE; Fetracos se une contra fundação de sindicato patronal
Jousi Quevedo

Além da precarização do MTE, foi mencionado que há um movimento de enfraquecimento para que o ministério feche.

O presidente da Fetracos, Clàudio Janta, defendeu uma comissão tripartite para administrar as sub-seções e superintendências regionais do Ministério do Trabalho e Emprego durante reunião da federação em Esteio. Os sindicalistas reunidos debateram sobre o sucateamento e falta de atendimento dos postos do MTE e a criação de um sindicato liderado por representantes patronais.

Além da precarização do MTE, foi mencionado que há um movimento de enfraquecimento para que o ministério feche, o que pode ser um interesse do próprio governo, pois as secretarias estaduais do Trabalho também apresentam dificuldades para funcionarem. O presidente do Sec/Pelotas ressaltou o papel e a importância dos fiscalizadores do MTE e do trabalho da instituição nas cidades do interior.

Janta disse que a pauta da reunião é de suma importância, elencando os temas judiciais, a data base da categoria, a regulamentação da profissão, as lutas em Brasília e uma assembleia que pretendia desmobilizar os comerciários e que aconteceria hoje com a proposta de fundação do Sindicato dos Trabalhadores nas Concessionarias e Distribuidoras de Veículos do Estado do Rio Grande do Sul -Sintracodiv/RS. Os trabalhadores reunidos no encontro da Fetracos se opuseram por unanimidade à criação desta instituição que não representa os trabalhadores. Sobre a assembleia, que seria liderada por representantes patronais, não havia divulgação clara a respeito dos interesses que defende em nome dos trabalhadores. "Não houve nenhuma movimentação nas garagens, é um movimento de cima para baixo, orquestrado por patrões e indústrias de carros", afirmou o presidente Janta.

O diretor do Sec/Canoas Antenor Federizzi, por outro lado, destacou a união da categoria dos trabalhadores comerciários que fincaram pé nesta semana em Brasília lutando, ao lado do Paulinho da Força, pela redução da jornada de trabalho. "Isso prova que quando as complicações aumentam, os trabalhadores se unem", disse.

O vice-presidente da Fetracos, Dionísio Mazui, leu a ata da última reunião realizada em Encantado e depois destacou em seu discurso a força mobilizadora do deputado federal Paulinho da Força (PDT) na luta ocorrida esta semana em Brasília, "Paulinho é um dos únicos deputados que norteia e direciona ações em benefícios dos trabalhadores e continua sendo uma referência no Congresso", disse, completando que os comerciários vão fortalecer o respaldo a ele, principalmente na luta da redução da jornada de trabalho para 40 horas.

Luis Carlos Barbosa informou os presentes que dentre as discussões em Brasília estão os debates sobre terceirização, dizendo também o projeto de regulamentação da profissão de comerciário deverá passar por ajustes para ter mais chances de ser aprovado no Congresso. Sobre as terceirizações, afirmou que é forte o lobby de empresários a fim de que os deputados não aprovem o projeto e que por isso a luta na Capital Federal vai ser constante. Na região Sul, inclusive, haverá uma mobilização para apresentar agenda da categoria dia 28/07.

Já o diretor Cláudio Côrrea lembrou e colocou em relevância a criação do Sec/São Jerônimo com base e apoio dos comerciários locais. "É fundamental que as questões da categoria surjam da base e a união do dia de hoje por causa da assembleia demonstra nossa força", disse. Ivone Simas, em sua fala, destacou a estabilidade do funcionalismo, que no Estado está passando por riscos.

Os debates permaneceram durante a tarde, tratando entre outros temas ainda as ações do governo federal, tal como a intenção da presidente Dilma Rousseff de buscar desonerar a folha de pagamento em prol da Previdência.

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