Ato unificado das centrais sindicais pela aprovação da pauta trabalhista conta com passeata e entrega documento a governador
Jousi Quevedo

Mesmo com chuva, milhares de manifestantes caminharam do bairro Floresta até o Palácio Piratini divulgando reivindicações.

Milhares de manifestantes realizaram uma passeata partindo do Bairro Floresta até o Palácio Piratini, no Centro de Porto Alegre, para divulgarem a pauta trabalhista em ato unificado das centrais sindicais. A mobilização faz parte da agenda unitária das centrais sindicais, que conta com a adesão da Força Sindical, CGTB, CTB, NCST e UGT. Hoje foi a vez da região Sul, com atos também em Florianópolis, sair às ruas e contar com o apoio da sociedade para a agenda nacional e regional de reivindicações. Dia 03 de agosto, o ato nacional será em São Paulo, onde são esperados milhares de trabalhadores, sindicalistas e ativistas sociais. Depois, a pressão volta ao Congresso, para que os parlamentares aprovem as reivindicações dos trabalhadores.

Os líderes sindicais falaram a respeito da bonita mobilização em Porto Alegre, que contou com coloridos manifestantes, mesmo com a chuva que caiu durante a manhã. O ato encerrou na frente do Palácio Piratini, com a entrega de documento de reivindicações das centrais ao governador Tarso Genro.

O presidente da Força Sindical-RS, Clàudio Janta, agradeceu a presença de todos e destacou a receptividade do governador às pautas trabalhistas, tanto nacionais quanto regionais. "Agradecemos ao governador do Estado, Tarso Genro, por ter nos recebido hoje, nós sabemos que hoje tem uma agenda de interiorização do governo do Estado em Santana do Livramento e pedimos a eles que use a sua influência com a bancada gaúcha, a sua influência com o governo federal, com o Congresso Nacional, já que foi ministro do governo, ministro da Educação e da Justiça para que  possamos avançar agora no segundo semestre na questão da redução da jornada de trabalho e fim do fator previdenciário", falou Janta.

Segundo o sindicalistas, também foi reiterado para o governador a necessidade de ampliar os recursos para a UERGS. Em resposta, Tarso Genro disse que o governo pretende, no ano que vem, aumentar orçamento em mais de 40% para a instituição. Sobre a escola de turno integral o governador afirmou que é uma meta a médio e longo prazo e na questão da saúde Tarso espera que até o final do seu governo, 12% do orçamento do Estado seja destinado.

"Foi um avanço, além da questão do salário mínimo regional que deverá ser ampliado", disse o presidente da Força Sindical-RS.

O vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, que articulou os atos a nível nacional, participou na passeata de Porto Alegre. "Estamos hoje na capital dos gaúchos na terceira manifestação da preparação do grande evento de lutas da classe trabalhadora este ano. Já tivemos dia 14 na região Norte, foi muito bom. Dia 21 na região Nordeste e hoje dia 28 na região Sul. Especificamente em Porto Alegre e Florianópolis. Com certeza foi um grande ato que nos fortaleceu nessa luta que vamos travar a partir de agosto dentro do Congresso Nacional. E vamos avançar com a luta dos trabalhadores. A contribuição do Rio Grande do Sul é muito importante para a agenda trabalhista ser aprovada", disse Miguel Torres, vice-presidente da Força Sindical Nacional e presidente do  Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

Cláudio Côrrea, da Força Sindical-RS, destacou a união de todos e a indignação da população, que está cansada de esperar por ações dos parlamentares e nada é feito. "A agenda nacional de luta é a grande batalha nacional que são as nossas bandeiras: as 40 horas, pelo fim do fator previdenciários, pela qualidade de vida do trabalhador. Mesmo com a chuva hoje mobilizamos centenas de pessoas que vieram de várias cidades do Estado para que pudessem em Porto Alegre se manifestar e mostrar a sua indignação, porque esta é uma pauta que o Congresso este ano vai ter que aprovar. A classe trabalhadora estará presente não só nas ruas, mas também em Brasília para fazer com que o Congresso atenda aquilo que é interesse hoje da classe trabalhadora", afirmou Cláudio Côrrea, diretor de mobilização da Força Sindical-RS.

Nilton Neco, secretário de Relações Internacionais da Força, falou das diretrizes da OIT que são reivindicadas para que sejam regulamentadas no Brasil e elogiou a mobilização. "Preparamos e realizamos em Porto Alegre uma prévia do nosso grande ato em defesa dos trabalhadores que será realizado em São Paulo, dia 3 de agosto, e em Brasília pela redução da jornada e outros temas tão importantes para a classe trabalhadora do Brasil. A manifestação foi bonita, esteve lotada. O ato da Força Sindical acontece em quase todos os estados brasileiros para mostrar em governo e aos empresários que o nosso país tem como crescer. Reduzindo a jornada de trabalho, por exemplo,  vamos gerar mais de dois milhões de empregos. Não é por causa do aumento real dos salários que o Brasil deixará de crescer. Todos os trabalhadores estão mobilizados no RS para lutar pelas bandeiras, incluindo a regulamentação da convenção 151 e 158 da OIT. O Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre está junto desta luta com as centrais fortalecendo o movimento dos sindicatos dos trabalhadores", destacou o presidente do Sindec-POA e secretário de Relações Internacionais da Força Sindical, Nilton Neco.

Da NCST, o secretário Paulino Côrrea, pediu a aprovação do Estatuto do Motorista. "A união das centrais surtiu o efeito e deve conquistar direitos para os trabalhadores, incluindo a pressão para que os deputados aprovem as 40 horas, o fim do fator previdenciário, que  penaliza os trabalhadores, o Estatuto do Rodoviário, que é uma proposta digna e demonstrando a união dos trabalhadores cada vez maior", Paulino Côrrea, secretário da NCST.

Já entre as novidades houve a participação da UEE, que se integrou ao movimento sindical para lutar por melhores condições de educação e investimentos na área. "É um orgulho para a UEE participar desta atividade sindical e integrar esta luta histórica para destinar 10% do PIB para a Educação e nós propomos também 50% dos lucros do pré-sal para  educação e a redução da jornada de trabalho para que os trabalhadores não exerçam seu ofício cansados, com tempo inclusive para ingressarem ou regressarem aos bancos escolares", ressaltou Arthur Luís da Veiga, presidente da UEE.

Ivone Simas, do SEC Guaíba, afirmou a luta das 40 horas como uma prioridade dos comerciários. "Acreditamos no potencial que tem a Força Sindical junto com os sindicatos filiados no sentido de conseguir mais essa vitória pelas 40h semanais, assim como todas as outras nossas reivindicações junto ao Congresso Nacional. Só assim a classe trabalhadora vai conseguir os seus objetivos. Com a convocação de todas as centrais, de todos os sindicatos e dos filiados", frisou.

Evaristo Pizze, Secretário Institucional CGTB/RS, defendeu a regularização do trabalho informal. "O que a gente espera é que se alcance os objetivos e a luta, ela sempre tem essa coisa de empolgar o pessoal. Uma coisa bacana que a gente tem aqui é a união das centrais. Hoje a central não tem aquelas particularidades, as centrais estão se abrindo para as lutas conjuntas, isso é o mais importante. Outra luta importante é da regularização do emprego informal.  O que existe é uma grande massa de pessoas trabalhando de forma informal e sem acesso a qualquer direito e essa é uma luta que nós, que a CGTB também está participando", concluiu.

Participaram ainda sindicatos de várias categorias de trabalhadores como metalúrgicos, comerciários, vigilantes, municipários, entre outras.

Bandeira de Lutas:

-Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário;

-Fim do fato previdenciário;

-Regularização da terceirização para que sejam garantidos benefícios iguais para todos trabalhadores;

-Regulamentação das convenções 151 (servidores públicos)  e 158 (contra demissão imotivada) da OIT (Organização Internacional do Trabalho);

-Reforma agrária.

Confira, abaixo, o calendário de mobilização da Força Sindical:

  • 6 de julho, Brasília: mobilizações das centrais no Congresso Nacional, com 1000 dirigentes;

  • 6 de julho, Centro Oeste: mobilização conjunta das centrais nos estados da região Centro Oeste;

  • 14 de julho, Norte: mobilização conjunta das centrais nos estados da região Norte;

  • 21 de julho, Nordeste: mobilização conjunta das centrais nos estados da região Nordeste;

  • 28 de julho, Sul: mobilização conjunta das centrais nos estados da região Sul;

  • 3 de agosto, Sudeste: mobilização conjunta das centrais nos estados da região Sudeste. Em São Paulo, a expectativa é reunir 100 mil pessoas;

  • Mobilização permanente, Congresso Nacional: de 14/6 a 15/7, quando começa o recesso parlamentar.

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