Taxistas e comerciantes negociam acordo para driblar a tolerância zero
Régis Araújo

Um encontro coordenado pela Secretaria Municipal de Turismo de Porto Alegre reuniu ontem representantes dos taxistas e dos bares e restaurantes da Capital com o objetivo de chegar a um ajuste para tentar reverter o quadro de queda no movimento.

Um encontro coordenado pela Secretaria Municipal de Turismo de Porto Alegre reuniu ontem representantes dos taxistas e dos bares e restaurantes da Capital com o objetivo de chegar a um ajuste para tentar reverter o quadro de queda no movimento, causado depois que a lei seca, ou da tolerância zero, foi implantada.

No debate estiveram presentes Luis Fernando Moraes, secretário de Turismo de Porto Alegre, o vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Porto Alegre (Sindpoa), Edemir Simonetti, o presidente do Sindicato dos Taxistas (Sintáxi), Luiz Nozari, e o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), Pedro Hoffmann.

Na semana passada foi sugerido que entre 22h e 1h os taxistas mantivessem a bandeira 1 ao buscarem passageiros nos roteiros gastronômicos ou bares da Capital. Isto poderia incentivar as pessoas a voltarem a sair, já que a tarifa seria acessível. Para avaliar a proposta, Nozari conversou com as cooperativas de táxi. "A consulta resultou em uma negativa total dos taxistas. Os trabalhadores entendem que a bandeira 1 deveria se estender para todos, não só para aqueles que saem para se divertir", afirmou.

"Não acho justo cobrar bandeira 1 para quem sai para beber e bandeira 2 para quem precisa levar um filho ao hospital, por exemplo", explica. Com base na falta de acordo, a alternativa que resta agora é que as entidades façam ajustes individuais com as empresas de radiotáxi para proporcionar o serviço aos clientes.

Moraes se mostra preocupado com o setor de turismo gastronômico na Capital, já que é muito importante para a economia local. "A negociação ainda não chegou ao fim. Vai haver um mix de soluções e não apenas uma só alternativa", disse, ao apostar que cada estabelecimento encontre uma alternativa para seu público.

Já Simonetti considera que a reunião foi ruim, pois não houve acordo. "Queremos regulamentar as vans para que as pessoas se reúnam em grupos. Vamos procurar as cooperativas de lotação para analisar a possibilidade de se colocar mais linhas noturnas, principalmente nos bairros com grande número de bares e restaurantes", destaca.

Conforme taxistas de diferentes pontos entrevistados pelo Jornal do Comércio, a proposta não tem sentido. "Acho um absurdo dar desconto para quem gasta dinheiro com bebida e quer economizar para voltar para casa", afirma um taxista. "Se as pessoas querem beber e por isso não podem ir de carro, devem incluir o gasto com o táxi às despesas da noite", completa outro.

Fonte: Jornal do Comércio

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