Crime em Porto Alegre: ação sem reação
Gabriella Oliveira

Porto Alegre está refém do crime organizado e já passou da hora de Segurança Pública significar mais que meia dúzia de orientações ao cidadão, que tem se submetido a uma restrição cada vez maior da própria liberdade.

Enquanto isso, o crime tenta demonstrar uma supremacia forjada através do medo, da impunidade, da sensação de desesperança do cidadão e do constrangedor engessamento do Estado.

No dia 18 de novembro aprovamos na Câmara Municipal a moção em apoio ao prefeito José Fortunati pelo pedido de reforços da Força Nacional de Segurança no combate ao crime em Porto Alegre. O apelo, feito em setembro, não foi reação exagerada a um evento pontual.

Naqueles dias, bairros estavam em estado de sítio, como resposta pelo assassinato de um jovem no Morro da TV. A represália veio com fogo em ônibus e lotações, toque de recolher e suspensão da circulação de linhas. O clima de terror se alastrou, com a recorrência de outras ações criminosas pela cidade, como arrastões e assaltos à mão armada.

Meses antes, o crime afrontou o último símbolo de paz e refúgio da vida, quando vimos a UPA da Cruzeiro ser invadida a tiros. Foi palco de carnificina e completo terror entre os funcionários - que, assim como a população, confrontam uma realidade de sair para o trabalho sem saber o que lhes espera, além do esgotamento psicológico para lidar com a situação diariamente.

Ontem, anoitecemos com o terror instalado, principalmente entre os moradores da zona Sul, refugiados em suas casas. Nesta quarta-feira, amanhecemos com a atmosfera de violência amplificada pela indiferença com que a situação já havia sido tratada anteriormente.

A falta de ação alimenta, entre os cidadãos, o medo e a descrença. Para os bandidos, é um sinal verde. E agora, vamos ser meros espectadores da barbárie, ou teremos providências desta vez?

Clàudio Janta

Secretário-geral do Sindec-POA

Presidente Licenciado da Força Sindical-RS

Vereador de Porto Alegre

Voltar pro topo