Centrais sindicais brasileiras e paraguaias vão organizar os trabalhadores imigrantes
Monise Rezende

IV Fórum Social das Américas.

A situação dos imigrantes brasileiros no Paraguai e dos paraguaios no Brasil foi debatida dia 13 de agosto, no Fórum Social das Américas, que acontece em Assunção no Paraguai. “Com a globalização aumentaram os tratados de livre comércio entre os países, mas apenas para mercadorias e não para pessoas. Criticamos esta decisão tomada pelos governos nos tratados que é diferente daquela dos blocos de integração, como o Mercosul que tratam de circulação de pessoas”, disse Ingrid Pavezi, responsável pela área de Migrações e Trabalho da CSA (Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas).

Em 2005, os países do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – assinaram um acordo de residência do Mercosul que não precisa ter vínculo anterior. O passo seguinte foi os países adotarem leis para concretizarem a resolução. A primeira delas é permitir o imigrante tirar a carteira de identificação de estrangeiro.

O Brasil e a Argentina têm legislações avançadas nesta área, mas o Brasil demora até seis meses para entregar a carteira e na Argentina ela é entregue em 15 dias.

Preocupada com a situação dos imigrantes, a CSI (Confederação Sindical Internacional) financiou o projeto “Vida e Trabalho Decente para os Trabalhadores e Trabalhadoras Imigrantes do Paraguai e Brasil”, que tem o apoio da CSA. Estas entidades firmaram convênio com as centrais brasileiras – Força Sindical, CUT e UGT – e as paraguaias CUT Autêntica (Central Unitária dos Trabalhadores) e (CNT) Central Nacional dos Trabalhadores.

“A idéia é organizar os trabalhadores imigrantes, trazê-los para os sindicatos de suas categorias no país onde atuam, apoiá-los e evitar tráfico de pessoas e trabalho escravo”, disse Nilton Neco, secretário de Relações Internacionais da Força Sindical.

Brasileiros no Paraguai

Existem muitos trabalhadores brasileiros ilegais em Ciudad Del Leste e Hernandaria, no Paraguai, afirmou Antolim Lopez, diretor de Relações Internacionais da CNT. Segundo ele, a maioria, especialmente mulheres, trabalham para sírios e libaneses no comércio.

Para Maria Susicleia Assis, primeira-secretária da Mulher da Força Sindical, os sindicatos devem assumir a responsabilidade que têm com os trabalhadores imigrantes, apoiando as ações do governo para legalizar a situação deles. “Hoje 90% dos imigrantes são ilegais e vivem em situação de subemprego”, declarou, na palestra que fez no Fórum Social das Américas.

Fonte: Força Sindical

Voltar pro topo