Renda da mulher continua menor
Renata Germano

Maior fatia feminina nos ganhos é em Salvador e Porto Alegre.

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado ontem mostra que as mulheres brasileiras ainda sofrem com salários abaixo da média dos homens. A participação delas não supera os 50% da massa salarial total em nenhuma das seis regiões metropolitanas verificadas pela Pesquisa Mensal do Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que serviu de base para o estudo do Ipea. Há 95,9 homens para cada 100 mulheres no País.

A massa salarial das mulheres no Brasil atingiu R$ 12,7 bilhões em outubro de 2010 enquanto em janeiro do ano passado foi de R$ 11 bilhões. No mesmo período, a massa salarial dos homens somava R$ 21,2 bilhões e R$ 19,1 bilhões, respectivamente.

A maior participação feminina na massa salarial é verificada nas regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre – respondem por 40% do total. Belo Horizonte e Rio de Janeiro têm o resultado mais baixo: 36,4%. Em São Paulo, a massa salarial das mulheres somou em outubro R$ 5,8 bilhões e a dos homens, R$ 9,3 bilhões. "Fica claro, então, que ainda existe uma concentração de renda para pessoas do sexo masculino", afirma o Ipea.

Os dados do IBGE interpretados pelo estudo mantêm a região metropolitana de São Paulo como a de maior representatividade na massa salarial do País, com rendimento de R$ 15,2 bilhões em outubro (em janeiro de 2009 era de R$ 14,6 bilhões). Recife tem a menor massa salarial: R$ 1,7 bilhão em outubro (somava R$ 1,3 bilhão em janeiro de 2009). No conjunto das seis regiões metropolitanas, a massa salarial cresceu de R$ 30,2 bilhões no início do ano passado para R$ 34 bilhões em outubro de 2010.

Para todas as regiões pesquisadas – São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte – a população branca responde pela maior parte dos ganhos. Na capital gaúcha, ela representa pouco mais de 90%, enquanto na capital pernambucana há equilíbrio nas participações de brancos e pardos – ambos com 48%.

A participação da população de cor negra apresenta maior representatividade em Salvador – cerca de 14% da massa salarial – e menor em Recife – perto de 3%. De acordo com o Ipea, amarelos e indígenas possuem participação menor que 2% em todas as regiões presentes no estudo.

Com exceção da região metropolitana de São Paulo, as ocupações incluídas na categoria administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços social são responsáveis pela maior parte da massa salarial.

Entre setembro de 2009 e igual mês deste ano, esse segmento não apresentou variações significativas, a não ser na capital baiana, que registrou crescimento de mais de 5% entre março e setembro de 2010.

Na capital paulista, o setor que mais responde pela massa salarial é o de intermediação financeira e atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados a empresas, com 23% de participação.

Fonte: Diário do Comércio

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