Pesquisa revela que gaúchos diminuem o uso do cheque
Régis Araújo

Os consumidores cada vez mais utilizam a tecnologia e buscam por descontos na hora de pagar à vista ou a prazo. Com isso, o cheque está perdendo espaço. Um levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS) entre os dias 5 e 6 de dezembro, com 250 entrevistados, sinalizou a maneira como esta mudança está acontecendo.

A relação de compras no comércio varejista está se alterando com o passar do tempo. Os consumidores cada vez mais utilizam a tecnologia e buscam por descontos na hora de pagar à vista ou a prazo. Com isso, o cheque está perdendo espaço. Um levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS) entre os dias 5 e 6 de dezembro, com 250 entrevistados, sinalizou a maneira como esta mudança está acontecendo.

Quando perguntados sobre as formas de pagamento que serão utilizadas nas compras dos presentes, a maioria (64,8%) respondeu que pagará à vista, enquanto que 31,6% preferiram a compra parcelada e 3,6% não sabem ou não responderam. Para o assessor econômico da Fecomércio-RS, Carlos Cardoso, os recursos extras desta época do ano facilitam essa escolha. "As empresas pagam as bonificações aos seus colaboradores, além dos recursos do 13º salário e das férias. Isso causa um impacto na decisão do consumidor", avalia Cardoso. Além disso, o economista percebe que a escolha à vista é boa para ambos os lados da negociação, pois confere normalmente desconto para o cliente e fornece capital de giro para o empresário.

Outro dado foi quanto às condições de pagamento escolhidas para as compras. No caso do pagamento à vista, 95,1% escolheram o dinheiro, seguidos por 4,9% que preferem o cartão de crédito/débito. O cheque não foi citado por nenhum dos entrevistados. O mesmo acontece nas compras parceladas: 70,9% preferem o uso do cartão, 30,4% o carnê/crediário e 1,3% disse não saber. "O cheque está desaparecendo para este tipo de compra de menor valor no varejo. Seu uso está mais voltado para bens de maior valor, além de compras entre empresas, o que cria um vínculo na negociação", avalia Cardoso.

O economista cita os dados do Banco Central, que mostraram que o tíquete médio do cheque é de R$ 1.097,00, enquanto que dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços mostram um valor médio bem diferente no uso do cartão de crédito: R$ 62,00. "Não é surpresa o cheque não figurar mais como uma opção na hora das compras. O cartão é o primeiro contato de muitos clientes com o sistema financeiro, e não exige conta em banco para isso. O mesmo não acontece com o talão de cheques. Talvez por isso cresça o número de clientes das classes D e E que usam o cartão", finaliza.

Fonte: Jornal do Comércio

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