? O padrão de crescimento não mudou, continua sendo sustentado pelo consumo das famílias, por causa de fatores como crédito e crescimento da massa real de rendimentos. Neste segundo trimestre, medidas como a desoneração do IPI foram uma contribuição a mais para o aumento do consumo ? disse.
Hoje, o IBGE divulgou um aumento de 2,1% no consumo das famílias no segundo trimestre ante o trimestre imediatamente anterior e uma alta de 3,2% ante igual período do ano passado. A gerente de contas trimestrais do instituto, Roberta Palis, ressaltou que "o consumo das famílias tinha desacelerado o crescimento com a crise, mas nunca chegou a cair e agora acelerou ajudado pelas medidas (de desoneração fiscal)".
Ainda de acordo com ela, "as medidas do governo já tiveram efeito. No primeiro trimestre, o efeito foi menor porque as medidas se restringiam à indústria automobilística, mas no segundo trimestre houve também a desoneração para a linha branca e isso ajudou o consumo das famílias".
Rebeca mostrou dados que comprovam a aceleração da expansão do consumo das famílias, cujo crescimento trimestral ante igual período de ano anterior passou de 1,3% no primeiro trimestre deste ano para 3,2% no trimestre passado. Segundo ela, o aumento do consumo das famílias no segundo trimestre foi impulsionado, além das medidas governamentais, pela elevação de 3,3% na massa salarial real ante igual período do ano passado e o crescimento nominal de 20,3% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para pessoas físicas.
Subsetores
Os cinco subsetores que mais se expandiram no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado são do setor de serviços. O líder foi o grupo de Intermediação Financeira, previdência e seguros com 8,2%. Depois vieram, pela ordem, "Outros serviços" (+7,3%), Serviços de Informação (+6,8%), Administração, saúde e educação públicas (+2,8%) e Serviços Imobiliários e de Aluguel (+1,4%).
Em contraposição, a indústria de transformação teve o pior desempenho, com -10%, seguindo pela construção civil, com -9,5%. Rebeca lembrou que, antes da crise, o subsetor de Intermediação financeira, previdência e seguros vinha registrando as maiores expansões na economia, mas com taxas de mais de 10%.
? O crédito continua crescendo, só que a uma taxa que desacelerou bastante ? disse Rebeca.
Ela explicou que a taxa no PIB significa crescimento não apenas do crédito, mas do conjunto de serviços financeiros abrangidos pelo grupo, que é bem variado e inclui planos de saúde, seguros, previdência, emissão de extratos e emissão e compensação de cheques, entre outros. O grupo de "Outros serviços", é constituído por atividades como as de educação e saúde por estabelecimentos privados, hotéis e restaurantes, que, segundo Rebeca, "são menos afetadas em crises".
Os destaques negativos dentro de serviços foram Transporte, Armazenagem e Correio, que teve queda de 5,3%, e Comércio (Atacadista e Varejista), que caiu 4,0%.
**No Caderno Dinheiro deste domingo: **Zero Hora recapitula o primeiro ano da crise econômica mundial. Em entrevista, o professor e Nobel de Economia Eric Maskin fala que o pior da crise já passou. Leia também como está a situação econômica nos principais países e artigos especiais sobre a turbulência que sacudiu o mundo desde 15 de setembro de 2008.
Fonte: Agência Estado