?Esse clima de pressão constante contamina o ambiente de trabalho, afetando a progressão dos negócios?, afirma Nilton Neco, presidente do SINDEC, ao comentar pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) apontando que a maioria dos empreendedores não sobrevive mais de cinco anos. Para Nilton Neco, cuja categoria tem data-base em 1º de novembro, o momento é próprio para afirmar a tese do Trabalho Decente, inscrita na primeira cláusula da convenção coletiva vigente, e que vê o trabalho como uma atividade que vai além da empresa e pressupõe um ambiente de trabalho satisfatório. ?Mais que um salário digno, que permita atender à necessidades básicas, a classe quer atuar livre do assédio moral e dos desvios de função, como impor ao vendedor tarefas como descarregar caminhão ou limpar a loja?, adverte o sindicalista. Neco, que também é secretário nacional de Relações Internacionais da Força Sindical, acredita que a distensão no relacionamento entre lojistas e shoppings e a conseqüente queda nos custos possam contribuir para o alcance desse patamar.
A campanha salarial dos Comerciários portoalegrenses será centrada na defesa do Trabalho Decente, conceito global no qual o trabalho vai além da simples relação localizada entre patrão e empregado, mas aborda todos os aspectos envolvidos, como salário, ambiente de trabalho, respeito às convenções internacionais e sustentabilidade. Outro aspecto relevante vem da crença dos sindicalistas no papel cumprido pelos trabalhadores na superação do momento crítico da crise. ?Foi o trabalho quem superou a crise?, acrescenta Neco, para quem foram as medidas propostas pelo movimento sindical e assumidas pelo governo que fortaleceram o mercado interno e o comércio. No caso, o presidente do SINDEC se refere à redução do IPI, o corte na taxa de juros e as políticas setoriais. ?Queremos a nossa parte?, diz.
*Renato Ilha
Assessoria de Imprensa SINDEC*