Consumo de álcool supera o de gasolina pela primeira vez em 20 anos
Régis Araújo

O superintendente de abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Édson Silva, disse ontem (10/04) que as vendas de álcool já ultrapassaram as de gasolina no Brasil. É a primeira vez desde o final da década de 80, no auge do Pró-Álcool, que a gasolina perde para o combustível feito a partir da cana-de-açúcar.

O superintendente de abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Édson Silva, disse ontem (10/04) que as vendas de álcool já ultrapassaram as de gasolina no Brasil. É a primeira vez desde o final da década de 80, no auge do Pró-Álcool, que a gasolina perde para o combustível feito a partir da cana-de-açúcar.

Segundo Édson Silva, as vendas de álcool (somando anidro e hidratado) atingiram 1,432 bilhão de litros, ante 1,411 bilhão de litros de gasolina (volume que exclui a adição de 25% de álcool anidro) ainda no mês de fevereiro, último período tabulado pela reguladora sobre o mercado consumidor. A previsão era de chegar a essa diferença somente em abril.

Os números divulgados por Édson Silva divergem dos que constam na tabela de dados estatísticos divulgados na página da ANP na internet. Pelos dados da tabela, as vendas de álcool em fevereiro somaram 1,413 bilhão de litros, ante 1,429 bilhão de litros. Indagada sobre a diferença, a assessoria da ANP informou que ?às vezes são detectados pequenos erros nos informes das distribuidoras entregues à reguladora, que demoram a ser corrigidos na internet?.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, acredita que a curva de alta no consumo do álcool combustível é irreversível e previu que a venda do produto deve se manter até o fim do ano acima da de gasolina. ?A tendência é essa. É algo que veio para ficar?, disse. Para ele, a tecnologia flex (que permite ao consumidor abastecer seu carro com um ou outro combustível) contribui para manter essa situação. ?O petróleo, cada vez mais escasso e caro, e o álcool, cada vez mais barato,justificam a escolha do consumidor?, afirma.

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