Táxis e ônibus na guerra contra a dengue na Capital
Régis Araújo

Prefeitura distribuirá 1,5 milhão de folhetos com informações à população sobre como evitar contaminaçãoAo declarar guerra à dengue, Porto Alegre convocou a ajuda de um exército de 18 mil taxistas e cobradores de ônibus.

O acerto de uma parceria com a Associação de Transportadores de Passageiros (ATP) e o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintaxi) é uma das principais medidas anunciadas ontem pela Secretaria Municipal de Saúde na prevenção à doença na Capital.

Com o suporte da prefeitura e o apoio da Caixa Econômica Federal, os cobradores e taxistas da cidade distribuirão 1,5 milhão de folhetos explicativos nos quase 4 mil táxis e 1,6 mil ônibus da frota urbana. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância do esforço de cada cidadão no combate à dengue. A entrega deve começar até segunda-feira.

  • A intenção é ajudar a população para evitar que esse mal se propague. É um trabalho emergencial - explicou Ênio Roberto dos Reis, presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre.

O acordo abriu espaço para a criação do selo Empresa Amiga da Saúde, destacando as empresas e entidades que contribuírem para a prevenção da doença. Para o taxista Walter Martins, 53 anos, a campanha é interessante por ser simples.

Sistema de rádio será utilizado

Mário José Costa, 53 anos, diretor administrativo de rádios da empresa Transtaxi, acredita no sucesso da parceria. Para ele, a campanha será reforçada constantemente por meio de mensagens aos motoristas pelo rádio de comunicação.

  • Os taxistas da cidade atendem em média 25 viagens por dia, uma movimentação grande que atinge um importante segmento - diz Mário.

A Secretaria de Saúde fará, também, a entrega de material informativo no aeroporto para os turistas provenientes de áreas de risco. Até agora, os casos notificados na Capital são importados, ou seja, de pessoas que já chegaram na cidade infectadas. Dos casos confirmados em Porto Alegre em 2008, cinco contraíram a doença no Rio de Janeiro (RJ), dois em Natal (RN), dois em Porto Velho (RO) e um em Goiânia (GO). Outros oito casos ainda estão sob investigação.

Um plano de contingência foi apresentado pela Secretaria de Saúde, mostrando as ações para preparar a rede básica para um eventual aumento da incidência da dengue. A partir da próxima semana, os agentes comunitários de saúde receberão treinamento.

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A doença

A dengue é uma doença febril aguda, causada por um vírus, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. O mosquito mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa.

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

O tratamento

A reidratação oral é uma medida importante e deve ser realizada durante todo o período de duração da doença e, principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e manutenção da atividade sangüínea.

A pessoa deve manter-se em repouso, beber muito líquido (inclusive soro caseiro) e só usar remédios prescritos pelo médico, para aliviar as dores e a febre.

Fonte: Ministério da Saúde

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