Setor aposta que Zaffari fará expansão de shopping
Jousi Quevedo

Representantes do Zaffari não quiseram detalhar o futuro dos dois empreendimentos.

Entidades e lojistas ligados a shopping centers apostam que o ingresso do Grupo Zaffari como maior acionista do fundo imobiliário que detém a operação do Moinhos Shopping e do hotel Sheraton deve deflagrar em breve a expansão do complexo em Porto Alegre. O negócio foi oficializado no fim de semana pelo Zaffari, após fechar a compra de 81,73% do capital à venda do fundo de investimento Páteo Moinhos de Vento, cujo dono majoritário era o empresário Jorge Gerdau Johannpeter. Já existe projeto tramitando em secretárias do município para mais que dobrar a área construída. Dois terrenos pertencentes ao fundo permitem a ampliação. Os estudos estavam parados devido às negociações para troca de comando. 

A negociação para o grupo de varejo, dono de seis shoppings no Estado e um em São Paulo, teria sido fechada em cerca de R$ 184 milhões, segundo uma fonte que acompanhou a operação. Pelo menos mais dois interessados, um grupo local e outro multinacional, disputavam o páreo. A palavra final teria sido dada em janeiro. O negócio total era avaliado em R$ 225 milhões, mas parte do capital acabou ficando fora, o da Hacasa, empresa de Santa Catarina, que não quis se desfazer da participação. O próprio Gerdau manteve uma fatia minoritária. Ontem o Zaffari não quis detalhar o futuro dos dois empreendimentos.

Interlocutores da Aliansce, administradora das operações do shopping e que tem contrato de longo prazo com o Páteo, informaram que foram surpreendidos pelo anúncio. Alegando que tem capital aberto e não poderia comentar o negócio, um dos diretores disse que cabe aos donos do fundo qualquer mudança na condução da gestão. Um dos acionistas da Aliansce, Renato Rique, vendeu a participação da família no fundo em 2010 a Jorge Gerdau.  

“O grupo deve intensificar a ação com a clientela classe A. A expansão é decisiva para aumentar a atração sobre outras marcas. O espaço atual é pequeno e com baixa trafegabilidade”, observa Gustavo Schifino, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL) e que é dono da grife Trópico, com filial no Moinhos. Sem disponibilidade, o centro comercial já teria sido preterido por redes mundiais como a espanhola Zara. “O grupo deve levar para lá a excelência de serviço e o modelo que foi instaurado pela operação de São Paulo”, sinaliza Schifino. Outra aposta é que deve ser agregado um supermercado da rede. Também poderá ser resolvido um impasse. Desde 2011, a gestão do shopping busca renegociar o contrato com as Lojas Americanas. O mix da filial, situada no subsolo, não agrada os consumidores que frequentam o shopping. A Lojas Renner estaria na fila de espera pela vaga. A rede de departamentos não confirma. “O Zaffari deve agir agora. A Americanas é ponto negativo na operação. A Renner tem mix mais adequado ao perfil do novo dono”, comenta um consultor do setor.

O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva, espera ver no Moinhos o conceito do Bourbon Pompeia, de São Paulo. “Nada mais normal que agora ter o novo shopping”, observa Silva, que reforça a expectativa de investimentos na aquisição. O dirigente cita que o segmento de classe com mais renda tem espaço para crescer em Porto Alegre e lembra que o grupo não terá concorrência direta na região. A média de ganho das famílias do Moinhos de Vento é de R$ 17,9 mil mensais. O tíquete médio de R$ 1,6 mil registrado na operação em 2011 valida o potencial, ante um fluxo mensal de 460 mil pessoas. O empreendimento teve crescimento de quase 10% no faturamento no ano passado, e a previsão para 2012 é de chegar a 8%.

Setor hoteleiro espera ampliação na área de eventos

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Estado (ABIH-RS), Rinaldo Ritter, a estreia do grupo de varejo no ramo poderá impulsionar um reforço entre acomodações e locais de eventos. “O grupo tem planos de construir um centro de eventos no Bourbon Wallig e poderá agregar uma área com este perfil no Moinhos”, aposta Ritter. Ritter não espera mudanças na gestão do Sheraton (como alteração de bandeira), já que o empreendimento é um dos líderes em ocupação em Porto Alegre. O ingresso de gestores de shopping no setor não é uma marca local, mas que pode ganhar mais fôlego com o negócio fechado na sexta-feira. “Estrutura de entretenimento acoplada dá impulso à operação”, destaca Ritter, que lembra de outros investimentos  já cogitados com mesmo perfil, como no complexo d

Fonte: Jornal do Comércio

Voltar pro topo