Reencontro com amigos e confraternização com a família são situações que acontecem ano a ano no Chá dos Aposentados e Aposentadas do Sindec. Mas este 2012 tem sido diferente para a esposa do comerciário do setor de auto-peças do Bairro Azenha e sócia dependente do Sindec-POA.
Alessandra Coelho Costa, 39 anos, está passando por um problema grave de saúde e contou que se não fosse o atendimento médico recebido no Sindec possivelmente não estivesse presente no evento. Ela estava realizando, alguns meses atrás, exames de rotina com o médico Difini quando foi constatado um túmor maligno no colo do útero.
"Graças ao sindicato e ao Departamento Médico fiquei sabendo do problema, um câncer de oito centímetros e em estágio avançado. Se tivesse ido ao posto de saúde, não estaria aqui por causa da demora no atendimento e no encaminhamento de exames. No Sindec, fui encaminhada, realizei os exames e comecei o tratamento", conta Alessandra, que antes de descobrir a doença estava prestes a se formar. Ela é gestora na área ambiental.
"Como eu poderia ir para a fila de um posto médico às 4h da manhã para pegar ficha? A consulta demoraria dias e a doença avançaria, visto que minha família e eu contamos com um salário normal, sem luxos e temos uma filha", narra Alessandra.
Atualmente ela realiza as etapas do tratamento no Hospital de Clínicas, após ter procurado atendimento no Hospital Fêmina e Santa Casa. "A doença traz sequelas, também tive que tratar um problema na perna e no rim, por causa da quimioterapia. Foi o sindicato que me abriu as portas para que o tratamento começasse", afirma.
Alessandra chama a atenção ainda para o drama dos doentes de câncer no Rio Grande do Sul. Segundo ela, o RS é um dos estados em que o doente de câncer não tem direito à passe livre no transporte público, diferente de Santa Catarina, São Paulo ou Rio de Janeiro. "Só o paciente de AIDS tem esse direito, mas muitas vezes é o paciente de câncer que sofre muito mais e precisa ir ao médico ou realizar o tratamento mais vezes. Também temos que lembrar que o câncer não escolhe classe social e a pessoa precisa de acompanhamento contínuo, mesmo depois da cura", conta ela.
Acompanhada do marido comerciário, da tia - comerciária aposentada, de outra tia e da filha, Alessandra tomou chá, viu o show e disse que tem esperanças. A tia Jussara da Silva conta que a doença fragiliza toda a família e que a ajuda é importante neste momento. "O Hospital Fêmina só atende se a pessoa estiver morrendo, ainda que um câncer seja um problema de saúde grave. A saúde tem pressa", finaliza dona Jussara.