Pressão por aumento real deve ser seguida por outras categorias
Jousi Quevedo

Hoje, 54 sindicatos (ligados à Força Sindical) que representam 800 mil metalúrgicos no Estado de São Paulo se reúnem para discutir estratégias para pressionar as empresas a concederem um aumento real.

O confronto que ocorre entre bancários e metalúrgicos na busca de aumento acima de inflação deve se estender para outras categorias que negociam reajuste no segundo semestre do ano, como petroleiros, funcionários dos Correios e químicos.

"No primeiro semestre, a situação da economia era bem pior e a concessão de reajustes acima da inflação foi maior. Os setores patronais parecem ter feito um pacto para não negociar aumentos reais no ramo metalúrgico", diz Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical.

Hoje, 54 sindicatos (ligados à Força Sindical) que representam 800 mil metalúrgicos no Estado de São Paulo se reúnem para discutir estratégias para pressionar as empresas a concederem um aumento real.

Uma delas é fazer paralisações de advertência antes mesmo de a data-base da categoria (1º de novembro).

ABC PAULISTA

Após sete anos sem parar as empresas de autopeças, máquinas, eletroeletrônicos e de outros ramos, os metalúrgicos do ABC paulista (ligados à CUT) decidiram fazer uma greve na região para buscar aumento salarial acima da inflação.

Com o impasse nas negociações, 45 mil metalúrgicos da região optaram por paralisar por tempo indeterminado as empresas de segmentos que não concederam reajuste de 8%.

As montadoras (Ford, Volks e Scania) estão fora desse movimento porque fizeram acordo de reajuste até o próximo ano.

"A estabilidade no mercado de trabalho, com taxa de desemprego menor, permite maior enfrentamento com setores patronais na busca de maior distribuição dos ganhos e da rentabilidade das empresas", diz Clemente Ganz Lucio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Na opinião do diretor do Dieese, funcionários de outros setores econômicos podem seguir o exemplo das categorias com mais tradição para conseguir reajustes melhores em suas campanhas.

"Essas negociações servem como parâmetro para as demais", afirmou.

Fonte: Folha de SP

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