Poesia, luta e emoção: Força do Pensamento A Vez da Mulher abre os ciclos de debates da Força Sindical-RS em 2012
Jousi Quevedo

Na abertura das comemorações do Dia Internacional da Mulher a produtora cultural Silvia Duarte abriu o ciclo de debates Força do Pensamento com a leitura da poesia "De mulher para Mulher" emocionando as presentes. O ciclo de debates tem sua primeira edição de 2012 nesta data fundamental para o mundo.

"Mês especial pelas comemorações às mulheres. Entre todos os projetos que temos, o Força do Pensamento este ano começa neste dia tão importante", disse Sílvia Duarte.

O presidente da Força Sindical-RS e da Fetracos, Clàudio Janta, saudou as presentes e elogiou o papel das mulheres a nível familiar, social e mundial.

"Deus realmente criou o homem primeiro, porque as mulheres são a obra melhor acabada. Esperamos que a cada dia os homens aprendam com as mulheres, que hoje dirijem o mundo. Não à toa que nesta semana duas grandes mulheres se reuniram, a presidente do Brasil e a presidente da Alemanha. A presidente brasileira nos orgulha pela praticidade e pela resolução de imediato", afirmou Janta.

"Queria agradecer a todas as mulheres do movimento sindical, pois vocês colocam a sensibilidade no momento em que temos que avançar na luta. Feliz 8 de março para você, que o dia de hooje seja de experência e aprendizado", cumprimentou Janta.

Painel Violência contra a Mulher

Sandra Canali, coordenadora de Obstetríciado do Hospital Fêmina, falou no Painel Violência contra a Mulher e abordou  as experiências do Acolhimento a pacientes Mulheres vítimas de violência sexual. A especialista explicou oos procedimentos de recuperação da mulher vítima de agressão. "São poucas medicações ao dia e é fundamental fazer a prevenção no atendimento na ocorrência imediata", explicou Sandra. 7

Exames de hepatite, HIV e demais DSTs são feitos, além do acompanhamento psicológico."O exame médico não substitui o exame de corpo de delito", disse a especialista.

O atendimento tardioo ocorre quando a paciente chega ao socorro seis dias depois da violência. "Mas nesse momento já passou o período da prevenção à gravidez e do HIV e isso é importante esclarecer: existe a prevenção, mas deve ser feita o quando antes", disse.

"Se a gravidez ocorrer em caso de estupro, há a possibilidade do aborto legal, num procedimento interno do hospital. Também pode haver o encaminhamento para a adoção", apontou a especialista.

A mediadora Ivone Simas, presidente do Sec/Guaíba, questionou o que fazer quando a mulher tem medo de enfrentar os familiares nos casos de violência. Ela fez um relato pessoal de violência doméstica emocionando os participantes. Também foi perguntado onde existem pontos de atendimento às mulheres.

Sandra explicou que a paciente tem que querer ser tratada e partir dela a iniciativa de procurar auxílio. Assim, orientar uma amiga, vizinha, parente para que procure auxílio é imporntante. Porém a Lei Maria da Penha se tornou um instrumento mais eficaz na rede de apoio às mulheres.

A Lei Maria da Penha é uma proteção das mulheres, inclusive com as recentes mudanças na lei, que estipula que a denúncia pode ser feita por um terceiro e que a mulher não pode voltar atrás da denúncia.

Quando a violência é feita no trabalho, o atendimento psicolóogico é fundamental, além da proteção da lei trabalhista. "Assédio moral e sexual, são casos tipificados. Sempre orientamos a categoria a, em primeiro lugar, registar ocorrência", explicou a presidente do Sec Guaíba, Ivone Simas. Ter provas e testemunhas auxiliam a enquadrar o agressor mais rápido.

Se o agressor for funcionário, é punido sem acarretar perda do emprego. O problema é quando o agressor é patrão. Ivone orienta que neste caso entre-se com rescisão indireta no trabalho, não perdendo direitos, mas com rompimento de contrato. A denúncia é necessária para que o agressor responda ainda a processo criminal a seguir. Portanto, denuncie sempre.

Pelo telefone 180 as mulheres podem procurar auxílio e fazer denúncias.

A dra. Sandra disse que há casas sigilosas de atendimento às mulheres vítimas de violência, que protegem sem informar ao familiar agressor onde a vítima está.

Muitos colaboradores e trabalhadores participaram do painel, inclusive com questionamentos. As integrantes do Sindicato dos Aposentados se fizeram presente em grande número, além de várias outras categorias como comerciárias, líderes sociais e integrantes da Federação da Saúde.

O vice-presidente da Fetracos, Dionísio Mazui, entregou flores e o certificado para a painelista. Ivone Simas recebeu flores de Ivan Severo, do Sindicato dos Motoristas Oficiais.

Texto: Josemari Quevedo

Realização: Instituto Girassol

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