OIT estuda crise de emprego juvenil na América Latina
Jousi Quevedo

No Brasil, o foro será realizado nos dias 9 e 10 de abril.

A OIT iniciou este mês uma série de foros regionais com jovens de 11 países da América Latina e Caribe com a finalidade de escutar suas opiniões sobre como enfrentar os problemas de desemprego e informalidade que afetam milhões de pessoas jovens de toda a região. No Brasil, o foro será realizado nos dias 9 e 10 de abril.

A iniciativa é realizada com respaldo dos ministérios do Trabalho, de organizações de empregadores e trabalhadores, de instituições da juventude e de representantes da sociedade civil e é parte de uma consulta promovida pela OIT que se realiza em todo o mundo. O emprego juvenil será o tema principal da 101ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho que se realizará em junho em Genebra com delegados tripartites de 183 Estados membros da OIT.

“Não podemos prescindir do aporte dos jovens para construir sociedades prósperas e inclusivas em nossa região. A geração de emprego juvenil não deve ser vista como a solução para um problema mas como uma maneira de aproveitar uma grande oportunidade para nossos países”, disse a Diretora Regional da OIT para a América Latina e o Caribe, Elizabeth Tinoco.

“Agora é o momento de assumir este desafio político”, afirmou Tinoco.

O primeiro foro nacional de consulta na América Latina e no Caribe foi realizado nesta terça-feira na Argentina. Também estão previstas reuniões no Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Honduras, México, Peru, Trinidad e Tobago e Uruguai. Em nível global, a OIT informou que serão realizadas reuniões em cerca de 50 países.

De acordo com dados da OIT, o mundo enfrenta uma crise de emprego juvenil sem precedentes. Cerca de 750 milhões de jovens estão desempregados em todo mundo e mais de 150 milhões vivem com menos de 1,25 dólar por dia.

Na América Latina e no Caribe a situação dos jovens também é considerada preocupante. A taxa de desemprego urbano dos jovens, de 14,9%, é mais do que o doboro da taxa geral de 6,8% e o triplo da dos adultos, que é de 5%. Por outro lado, estima-se que 6 de cada 10 jovens que conseguem ocupação estão confinados em empregos informais, em condições precárias e com baixos salários.

“Estamos diante de um problema estrutural. O crescimento econômico é determinante mas não suficiente para resolvê-lo. O emprego juvenil requer medidas específicas para enfrentar os desafios que se apresentam”, acrescentou a Diretora Regional da OIT.

A OIT, que determinou março de 2012 como”Mês do Emprego Juvenil”, destacou que os foros nacionais têm como objetivo conhecer a opinião dos jovens sobre a situação que enfrentam nos mercados laborais e sobre quais poderiam ser as alternativas de solução, com o objetivo de conseguir uma participação ativa no debate sobre sua própria realidade.

Os temas relacionados com o emprego juvenil abrangem desde as dificuldades para acesso a postos de trabalho até a persistência da informalidade, as dificuldades para realizar a transição escola-trabalho, as necessidades de acesso a uma melhor formação laboral, as dificuldades para o empreendedorismo, entre outras.

Os resultados dos foros nacionais realizados em todo o mundo serão compartilhados no Foro sobre Emprego Juvenil que será realizado entre 23 e 25 maio em Genebra, do qual participarão mais de uma centena de jovens representantes de organizações de trabalhadores, de empregadores e de entidades juvenis de todo o mundo. Cabe assinalar que neste Foro Global estes jovens apresentarão boas práticas de promoção do trabalho decente de seus países de origem.

Depois de Argentina, México e Honduras, o próximo foro será amanhã no Uruguai. Acompanhe as datas previstas dos próximos eventos na América Latina e Caribe:

Uruguai, 20 de março

Costa Rica, 22 de março

Chile, 23 de março

Peru, 23 de março

Colômbia, 27 de março

El Salvador, 29 de março

Trinidad e Tobago, última semana de março

Brasil, 9 e 10 de abril

Fonte: OIT

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