Nota Técnica: IPCA de junho vem abaixo do projetado pelo mercado
por Jousi Quevedo |
Conforme divulgado pelo IBGE, o IPCA de junho registrou alta de 0,08%, abaixo da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,17%. O resultado foi inferior, inclusive, a taxa verificada em maio (0,36%) e junho de 2011 (0,15%).
No mês, o principal responsável pelo resultado foi o grupo Transportes, cuja queda nos preços foi de 1,18%, retração superior à verificada em maio (-0,58%). Dentre os itens que compõem o grupo, destaque para automóveis novos, que registrou queda significativa no período, -4,12%. A retração nos preços de automóveis foi decorrente da redução do IPI. Adicionalmente, os demais setores que ficaram no campo negativo foram Artigos de Residência (-0,03%) e Comunicação (-0,01%). Em sentido posto, os setores que apresentaram a maior elevação foram: Alimentação e Bebidas (0,68%), Despesas Pessoais (0,47%), Vestuário (0,39%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,38%).
Em termos de regiões, a RMPA (Região Metropolitana de Porto Alegre) teve acréscimo de 0,06%, a menor elevação entre todas as regiões analisadas. Para Porto Alegre, o grupo Transportes registrou queda ainda mais expressiva do que a verificada em âmbito nacional, -1,40%. Tiveram, ainda, quedas: Artigos de Residência (-0,53%), Habitação (-0,17%), Vestuário (-0,10%) e Comunicação (-0,07%).
Com o resultado de junho, o IPCA acumulado no ano para o total das regiões passou de 2,24% em abril para 2,32% em maio. Para essa base de comparação, o grupo Educação liderou a elevação, com alta de 6,70%, seguido de Despesas Pessoais (5,55%), Habitação (3,54%), Saúde e Cuidados Pessoais (3,43%) e Alimentação e Bebidas (3,26%). Já no acumulado em 12 meses houve desaceleração, caindo de 4,99% para 4,92%.
A estimativa, para 2012, de acordo com o Focus, é de que o IPCA encerre em 4,93%, superior ao centro da meta, estipulada em 4,5%. As perspectivas de inflação inferior ao resultado verificado em 2011, decorrem, em maior medida, do processo de desaceleração verificado na economia, a qual, por sua vez, sente os efeitos do cenário externo mais restritivo. Nesse sentido, o Banco Central tem aproveitado o período para promover ajustes na taxa básica de juros, que, de acordo com o mercado, deverá chegar a 7,5% até o final do ano.
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