Mundo do Trabalho enfoca discussões sobre a tragédia em Santa Maria
Gabriella Oliveira

Ainda sob grande consternação e profundo pesar, os representantes das centrais sindicais se reuniram no FSMT.

Ainda sob grande consternação e profundo pesar, os representantes das centrais sindicais se reuniram na manhã desta terça-feira (29/01) para o painel Mundo do Trabalho no Fórum Social Temático, realizado na Usina do Gasômetro.

Presidindo a mesa principal de debates, o presidente da Força Sindical-RS e Secretário-geral do Sindec-POA, Clàudio Janta, pediu um minuto de silêncio em homenagem aos 231 jovens vitimados na tragédia que ocorreu em Santa Maria, no último domingo (27/01).

A mesa foi composta pelas seguintes autoridades sindicais: presidente da CTB, Guiomar Vidor; presidente da UGT, Paulo Back; presidente nacional da Nova Central, José Calixto; presidente do Conselho Sindical de Assessoramento Técnico e Membro da Confederação dos Trabalhadores da Cidade do México, Salvador Medina, além do superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Claudio Correia, coordenador do Dieese Ricardo Franzoi e do representante da Federação dos Países Bascos e da Federação Sindical Mundial, Igor Urrutikoetxea.

O enfoque do painel foi motivado pelo acontecimento que abalou o mundo todo, tornando o Mundo do Trabalho em um ato de solidariedade à tragédia de Santa Maria, “não só se solidarizando, mas cobrando ações do governo e do poder público para que este tipo de acontecimento não volte a ocorrer” afirmou o presidente do Sindicato dos empregados no Comércio de Porto Alegre, Nilton Neco.

Em sua fala de abertura, Clàudio Janta enfocou no Trabalho Decente, pedindo maior atenção aos trabalhadores que “morreram de forma absurda” no incêndio da boate. “Ninguém se preocupou com os trabalhadores da boate que provavelmente não tinham carteira assinada. Onde estavam as autoridades para fiscalizar a decência naquele trabalho? O nosso desafio para discutir o Trabalho Decente é imenso e infinito”, declarou o presidente.

O sindicalista ainda pede que o poder público só conceda o alvará depois de todas as fiscalizações necessárias serem feitas no estabelecimento. “A ideia é que após esse procedimento o estabelecimento ganhe um selo para identificar aos frequentadores que a casa é segura. As discussões acerca dessa questão serão levadas ao poder público para que as providências sejam tomadas”, explica.

Esta exigência esteve na fala de todos os sindicalistas, reivindicando uma rigidez maior para os alvarás e que todos os cidadãos sejam fiscais para ajudar o poder público nessa averiguação.

Para o superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Claudio Correa, os trabalhadores e dirigentes sindicais precisam ter consciência para transformar essa fiscalização em uma bandeira de luta.

Liderança nacional

O presidente nacional da Força Sindical e deputado federal, Paulinho Pereira, esteve no evento acompanhando os debates sobre o Mundo do Trabalho. Com relação ao tema tratado, ele expôs sua opinião sobre a segurança nas casas noturnas, afirmando que o Brasil precisa urgentemente fiscalizar as casas noturnas e se comprometeu a trabalhar nessa questão. “Acho que o que aconteceu em Santa Maria foi um fato gravíssimo e que deixou o Brasil consternado e precisamos agir rapidamente. Como sindicalista e deputado federal vou trabalhar para aprovar uma regulamentação em todas as casas noturnas e em eventos públicos”, declarou.

Dando uma prévia da participação de pessoas na Marcha a Brasília, no dia 06 de março, Paulinho enfatiza que os dirigentes da Força Sindical estão trabalhando para levar um número expressivo de integrantes para Brasília. “Temos uma lista de reivindicações comum das centrais sindicais, como o fim do fator previdenciário, menor jornada de trabalho e aumento para os aposentados”, concluiu o sindicalista e deputado federal.

Texto: Ligiane Brondani

Colaboração: Gabriella Oliveira

Fotos: Daiana Rodrigues e Cintia Rodrigues

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