Cada vez mais os juros elevados e a valorização da moeda nacional preocupam a classe trabalhadora. Juros mais altos têm impacto negativo sobre o crescimento econômico, a geração de empregos e as negociações coletivas. Segundo o secretário-geral do Sindec-POA e presidente da Força Sindical-RS, Clàudio Janta, os trabalhadores são os primeiros a serem atingidos quando os juros sobem sem controle.
"Quem paga é o trabalhador, porque o preço final sempre recai nos empregados que sustentam a economia, trabalham e pagam seus impostos. Acreditamos que os juros no Brasil são um dos mais altos no mundo e têm voltando a crescer mensalmente, influenciando a geração de emprego e renda e no crescimento”, afirma Janta.
Conforme explica o presidente da central, juros elevados afetam também a indústria. “Esperamos que sejam tomadas o mais rapidamente medidas para conter a alta dos juros”, diz.
Outros efeitos indiretos não menos importantes decorrem do aumento dos juros básicos são a elevação da dívida pública atrelada à taxa Selic e a valorização do real. O aumento da dívida obriga o governo federal a apertar o orçamento público com corte de gastos e/ou aumento de impostos para garantir um superávit das contas públicas. O aumento do superávit (receita-despesa) é para evitar o crescimento da relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB).
Outro efeito não menos importante é a valorização da moeda nacional que amplia o risco de “exportar” empregos, uma vez que as importações ficam mais baratas e as exportações mais caras. Também os serviços são afetados como, por exemplo, os gastos de turistas brasileiros no exterior ficarem maiores.
Há muitos anos as taxas de juros no Brasil são as mais altas do mundo. Reduzi-las é fundamental para melhorar as condições de competitividade da economia brasileira e das empresas que utilizam crédito.
Juros muito altos, num contexto de taxas muito baixas no mundo desenvolvido, atraem um enorme fluxo de aplicações financeiras externas para o Brasil em função do diferencial de juros lá e cá, ajudando na valorização do real. Essa valorização, por sua vez, vem contribuindo para exportar empregos para os parceiros comerciais do Brasil.
Esse debate reacende para o movimento sindical a importância de discutir alternativas na política socioeconômica que evitem um custo social desnecessário em termos de desaquecimento econômico, geração de empregos e contenção dos salários.
Com informações do Dieese.