Indústria gaúcha cresceu apenas 0,3% em 2012, aponta levantamento da Fiergs
Gabriella Oliveira

Segundo a federação, este valor - igual ao crescimento de 2011 ante 2010 - completa mais um período desfavorável ao setor.

A indústria do Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 0,3% em 2012 em comparação a 2011, segundo o Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) divulgado nesta terça-feira (5) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Segundo a federação, este valor - igual ao crescimento de 2011 ante 2010 - completa mais um período desfavorável à indústria gaúcha.

"O resultado anêmico, sobretudo dos indicadores mais associados à produção, refletiu uma ampla convergência de fatores restritivos, em especial, a falta de competitividade diante dos concorrentes internacionais, que provocou um forte acúmulo de estoques", explicou o presidente daFiergs, Heitor Müller, ao analisar os números da pesquisa.

Entre os indicadores associados à produção de performance ruim, destacaram-se nos 12 meses do ano passado as horas trabalhadas na produção (queda de 3%) e a Utilização da Capacidade Instalada (-1,3%). Em relação ao mercado de trabalho, o emprego caiu 1,9%. A expansão do faturamento (2,1%) e da massa salarial (5,8%) não escondeu o cenário pouco propício à atividade produtiva no Estado.

Os setores que apresentaram maior queda no IDI-RS ao longo dos 12 meses foram Metalurgia Básica (-8,6%), Couro e Calçados (-2,7%) e Veículos Automotores (-2,4%). Os principais resultados positivos vieram de Móveis e Diversos (6%), Máquinas e Equipamentos (4,8%) e Químicos e Refino de Petróleo (2,3%).

Segundo Müller, o desempenho da indústria gaúcha só não foi pior porque a adoção de alguns pacotes de estímulos governamentais – como desonerações tributárias, aumento do protecionismo, desvalorização cambial e redução da taxa de juros – contribuiu para que o resultado não fosse ainda mais fraco.

"Para 2013, as expectativas são pouco mais otimistas. Com estoques normalizados, o cenário para o ano é de continuidade do processo de recuperação gradual. Mas a sustentabilidade do crescimento no médio e longo prazo exige soluções para os elevados custos de produção", apontou o presidente da FIERGS.

Fonte: Jornal do Comércio

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