Grupos de Trabalho definem plano de lutas para os comerciários em Congresso da Fetracos
Jousi Quevedo

Dividos em três GTs, os representantes dos comerciários de todo o Estado debateram questões pertinentes à categoria e à conjuntura econômica, política e social atual e seus reflexos para os trabalhadores.

A manhã desta quinta-feira, 19, foi de discussão de propostas entre os grupos de trabalho formados durante o III Congresso Estadual da Fetracos. Dividos em três GTs, os representantes dos comerciários de todo o Estado debateram questões pertinentes à categoria e à conjuntura econômica, política e social atual e seus reflexos para os trabalhadores.

Gilson Ramires, da fiscalização do Sindec-POA, iniciou apresentando as considerações do primeiro grupo, visando estimular a regulação de cursos realizados pelo governo e a busca por novas alternativas de qualificação. "Temos que identificar questões dos trabalhadores que estão com a carteira assinada e também dos que estão a procura de trabalho", ponderou.

O grupo também pontuou questões referentes à fiscalização voltada à segurança no trabalho. "Todos os trabalhadores que estão no seu local de trabalho têm o direito de ir e vir, com cautela, mas às vezes não há liberdade de procurar a chefia", ilustrou, retificando o papel do sindicato na defesa deste direito.

O desvio de funções dentro das empresas também é um item a ser observado, conforme a pontuação do grupo.

Silvia Dutra, do SEC-São Jerônimo, defendeu um plano de luta de qualificação profissional, com fim do banco de horas, redução da jornada, piso regional, regulamentação dos horários, fim do fator previdenciários, políticas de valorização do salário mínimo e geração de emprego e renda, dentre a intensificação de outras bandeiras de luta.

O grupo também avaliou os incentivos do governo para o desenvolvimento: "medidas adotadas pelo governo foram boas, mas ao mesmo tempo frágeis, pois não trazem nenhuma garantia de emprego ao trabalhador", criticou Silvia. Falta de comprometimento com os aposentados também foi lembrada, assim como a indefinição referente à mudança no Ministério do Trabalho.

Encerrando as observações, a discussão voltou-se para a crítica dos projetos existentes para a regulamentação da categoria. "Precisamos rediscutir novo projeto de regulamentação, pois este não está contemplando nossos anseios", pontuou a porta-voz.

Na sequência, iniciando observações do terceiro grupo, Valdir Lima, do Sindec-POA, pontuou questões referentes aos encontros da Federação e participação em eventos. O diretor também reforçou bandeiras e propôs campanhas visando qualificação da segurança nas empresas e cursos de qualificação diferenciados.

A alta rotatividade, um dos problemas que mais aflige a categoria, também foi levantada pelo diretor, que defendeu mais uma vez a ratificação da convenção 158 da OIT, que combate a demissão imotivada. A intensificação da luta por projetos que interessem aos trabalhadores, levando questões à Brasília através da eleição de candidatos que representem a categoria, também foi uma preocupação.

O diretor Luis Carlos Barbosa lembrou da necessidade de uma redução drástica nos juros e spread bancário para não prejudicar indústria nacional e promover o desenvolvimento. "A Faixa de fronteira não foi vislumbrada pelo pacote, ficando sem perspectivas para a instalação de empresas e incentivos", criticou.

Outro ponto lembrado por Barbosa foi a constante transformação vivida pelo comércio. Diretor apontou evolução da tecnologia, através de callcenter e internet. Sobre a qualificação, Barbosa sugeriu que gestão do sistema S seja tripartite.

Ivone Simas, dos comerciários de Guaíba, criticou projeto de regulamentação: "questões presentes ali não nos interessam", criticou, conclamou categoria a não se omitir das discussões.

O imposto sindical foi o tema de encerramento da discussão. Extinção da contribuição, proposta pela CUT, foi criticada pelos comerciários. "Não é do imposto sindical que eles estão falando. É da autonomia do trabalhador", criticou o presidente Clàudio Janta. "Queremos gastar dinheiro dos sindicatos e das federações, mas para defender os direitos dos trabalhadores. Sem a contribuição vamos acabar nas mãos dos patrões", alertou.

Com a aprovação dos temas propostos para o documento final, encerra-se o III Congresso Estadual. Os comerciários permanecem em Bento Gonçalves para a eleição da nova diretoria da Fetracos, que acontece ainda na manhã desta quinta-feira.

Texto: Andréia Sarmanho

Imagens: Cintia Rodrigues

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