FGV detecta recuperação em 8 dos 9 segmentos do comércio
por Jousi Quevedo |
A Sondagem da Confiança do Comércio da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta para uma recuperação da economia neste segundo semestre, conforme o coordenador da pesquisa, Aloisio Campelo. O economista destaca o avanço de 0,2% do índice de confiança do varejo restrito, na comparação de setembro com o mesmo mês de 2011, após queda de 4,5% no mês anterior. Desde que foi iniciada a pesquisa, em junho de 2011, é o segundo resultado positivo do varejo restrito, ao lado da taxa de maio, de 1,3%.
Como comprovação de que ocorre uma melhora no setor, ele ressalta o espalhamento de taxas positivas no varejo restrito, em oito dos nove segmentos pesquisados. "A economia está em uma fase de transição para a aceleração. Isso é bem captado pelas sondagens. É claro que não vai haver uma explosão de crescimento. Se os números de confiança do empresário do comércio estão melhores em setembro, é porque o empresário teve uma confirmação de que as vendas melhoraram. A recuperação é gradual, mas é consistente", diz Campelo.
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) que inclui o varejo restrito, o atacado e o varejo ampliado - formado pelo varejo restrito mais veículos e motocicletas e material para construção -, passou de -3,8% em agosto para -1,4% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2011.
Conforme a sondagem da FGV, além do varejo restrito, o cenário é de otimismo também entre os empresários do varejo ampliado. Embora ainda no campo negativo, com queda de 0,4%, o varejo ampliado acelerou ante o índice de -4,4%, na comparação anual. Já o atacado passou de 0% para -3,8%, por conta de uma defasagem no crescimento em relação ao varejo restrito, como ocorre tradicionalmente, explica Campelo, enquanto o comércio de material para construção passou de -3,3% para -4,4%. Este sim, um resultado negativo, afirma o economista.
Na ponta da série, na passagem de agosto para setembro, a confiança do comércio avançou 4,3%. Uma aceleração em relação a agosto, quando o índice havia sido de 2,7%. A avaliação sobre a situação atual passou de 2,6% para 6,7%, enquanto as expectativas ficaram praticamente estáveis, tendo variado de 2,8% para 2,7%, considerando a mesma base de comparação.
A medida de desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a compra de veículos ainda gera benefícios ao comércio, avalia a FGV. A confiança dos comerciantes de veículos avançou 10,9% em setembro, o melhor resultado desde junho (12,9%). "Foi importante manter as medidas de redução do IPI após agosto. Está certo que, na prática, houve apenas uma antecipação do consumo", observa Campelo. Apesar da melhora da confiança do comerciante, o segmento total de veículos e motocicletas recuou 0,1% em setembro, em relação ao mesmo mês de 2011. O índice foi influenciado negativamente pelo comércio varejista de motos, cuja confiança caiu 24,6% no mesmo comparativo.
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