O Ministério da Fazenda está insatisfeito com os altos juros cobrados pelos bancos, principalmente em financiamentos para empresas.
Em documento divulgado ontem, o órgão afirma que o spread bancário -diferença entre o custo que os bancos têm na captação de recursos no mercado e a taxa cobrada dos clientes - para pessoas jurídicas ainda é muito alto.
O spread incentiva a realização de captações externas por empresas brasileiras que possuem acesso ao mercado internacional", afirma o caderno "Economia Brasileira em Perspectiva".
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Banco Central, o spread bancário fechou o ano passado em 26,9 pontos percentuais, contra 23,5 pontos no fim de 2010.
O documento da Fazenda também trouxe uma estimativa menor para o crescimento do país neste ano, prevendo agora uma expansão de 4,5% da economia brasileira. A última estimativa, feita em outubro, era de aumento de 5% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2012.
No mercado, porém, a expectativa é bem mais modesta: espera-se crescimento de 3,3%, segundo pesquisa semanal divulgada ontem pelo BC (Banco Central).
A publicação não traz projeções para o crescimento do país em 2011. No mercado, a projeção para o aumento do PIB do ano passado é de 2,87%. Os dados sobre o PIB de 2011 deverão ser divulgados pelo IBGE em março.
JUROS
A pesquisa divulgada ontem pelo BC, o Boletim Focus, também mostra uma redução na projeção do mercado para a alta da taxa básica de juros (Selic) no ano que vem.
Os analistas ouvidos pela instituição agora estimam que a taxa estará em 10,50% em dezembro de 2013, ante expectativa de 10,75% na semana passada.
Para este ano, o mercado mantém a projeção de que os juros serão reduzidos do atual patamar de 10,5% para 9,5%. Nas últimas semanas, o BC vem sinalizando que trará a taxa para um dígito.
Temerosos com uma nova alta da inflação devido ao corte acentuado dos juros neste ano, os economistas vinham elevando suas projeções para a Selic no ano que vem.
Agora, voltaram a reduzir a projeção porque acreditam que o BC vai privilegiar medidas alternativas de controle do crédito, como fez na primeira metade de 2011, nota relatório da consultoria LCA.
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