Evolução da inflação preocupa BC Evolução da inflação preocupa BC
Régis Araújo

O Banco Central (BC) alertou ontem que o superaquecimento da economia, impulsionada pelo crédito mais barato e comemorado pelos brasileiros neste Natal, aumenta as incertezas sobre a futura evolução da inflação.

O Banco Central (BC) alertou ontem que o superaquecimento da economia, impulsionada pelo crédito mais barato e comemorado pelos brasileiros neste Natal, aumenta as incertezas sobre a futura evolução da inflação e constitui fator "tão ou mais importante" que as ameaças do cenário externo. As projeções para 2008, anunciadas ontem pelo diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, apontam para inflação de 4,3% em 2008, um décimo de ponto percentual acima da previsão feita em setembro, mas dentro da meta de 4,5%.

As mudanças nas expectativas do mercado ainda são suaves, mas o Relatório de Inflação divulgado ontem sugere que as pressões inflacionárias decorrentes de fatores internos são maiores e menos localizadas do que se pensava anteriormente. No setor de alimentos, por exemplo, os dados indicam uma "progressiva exaustão" dos efeitos da recente elevação dos preços sobre o restante da economia, e, em contrapartida, surgiriam outros potenciais focos de preocupação, como o aumento dos preços dos serviços e outras modificações motivadas pelo crescimento do consumo.

A estimativa do BC é que a inflação medida pelo IPCA feche este ano com 4,3% e o Produto Interno Bruto (PIB), com expansão real de 5,2%, menor do que o esperado pela equipe do Ministério da Fazenda. No relatório, no entanto, os economistas do BC retomam a análise de um velho problema que sempre aparece nas discussões sobre as pretensas limitações que o Brasil enfrenta para crescer mais aceleradamente com estabilidade inflacionária: a falta de oferta suficiente de produção para atender à demanda dos consumidores e das próprias empresas por insumos. O documento registra ainda a expectativa de 53% dos empresários brasileiros de elevar seus investimentos em 2008, conforme sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em tese, esses procedimentos contribuem para ampliar a oferta e "mitigar pressões inflacionárias".

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