Encontro Internacional da Força promove cooperação de propostas anti-crise entre trabalhadores de diferentes nações
por Jousi Quevedo |
A unidade sindical e a capacidade de mobilização pautou a introdução do painel, em especial a luta pela "pauta trabalhista", que apontou caminhos para o governo federal nos movimentos sindicais que se encontraram em São Paulo ano passado. "Nos espaços em que estivemos juntos conseguimos fazer com que o nosso país avançasse, estamos passando por mais esta crise gerando emprego e renda", disse Neco, que discorreu sobre os grandes avanços da classe trabalhadora e o protagonismo mundial do Brasil.
Santiago Samora, da CNT da República Dominicana, disse que, contra a crise, a melhor alternativa, tanto para ricos quanto para as populações pobres, é o trabalho, as oportunidades, o emprego e renda. "Parabéns a todos pela integração e pela união no debate de políticas e propostas", disse Maria Susicleia, secretária Adjunta da Força Sindical, reforçou a união defendida por Samora e destacou o papel da mulher no movimento sindical. "Os maiores economistas do mundo são os trabalhadores, as donas de casa e quem tem de soobreviver com um salário durante o mês inteiro", disse Maria.
Sobre a Rio+20, a sindicalista destacou o papel dos jovens e dos trabalhadores do campo. "Além disso, temos que colocar em pauta, sim, a discussão do trabalho infantil, dos trabalhadores de fronteiras e do combate à violência sobre as mulheres. Estas questões influem no meio ambiente", disse. Ela lembrou que graças aos avanços de classes mais humildes ao mercado formal de trabalho e ao mercado consumidor no Brasil hoje há uma mulher na presidência. "Vamos votar em mulher para fazermos uma política melhor", defendeu Maria.
O Trabalho Decente na Copa e nas Olímpiadas, na garantia dos direitos dos trabalhadores, recebeu comentários da sindicalista. "Não podemos deixar que dentro do Brasil sejam produzidos artigos com o trabalho infantil. Não somos a China e não seguiremos exemplos errados. Temos que proteger os direitos de nossos trabalhadores e isso implica no respeito da Fifa às leis brasileiras", analisou, sendo aplaudida pelos participantes.
Octávio Rubio, da Juventude da CGT Colômbia, defendeu a criação de alianças para desenvolvimento de políticas para os jovens. "Mobilizar os trabalhadores para atuarem em cenários internacionais como a Rio+20 é um elemento real para a luta por políticas públicas e pela qualidade de vida dos trabalhadores", explicou o jovem sindicalista. Ele também destacou a necessidade de um "diálogo social real".
E nesse diálogo entra o Trabalho Decente, que representa as garantias para o avanço da economia sustentável. Este é um indicador que demonstra se de fato o diálogo social está sendo feito com resultados para os jovens, por exemplo, tirando-os da condição de telespectador", disse. O sindicalista também comentou a luta do Chile e da Colômbia pela educação. "Não há Trabalho Decente sem educação e entedemos que isto é parte do debate. Como incluir a juventude e chamá-la para a luta destas questões em nossos países é um desafio a ser ultrapassado", contou Rubio.
A CTA Argentina também estava presente com três companheiros. Hector Giannini comentou a crise mundial e disse que esta não é apenas econômica, mas sim democrática, ambiental e de direitos. "Esta crise mundial, que não é nossa, vai impactar na América Latina. Há ainda movimentos contra as lutas sociais, que tentam paralisar as reivindicações dos trabalhadores. Na Argentina tem muitos ativistas sociais que são perseguidos e isso é um grande retrocesso democrático", criticou.
Necessitamos construir plataformas internacionais pelos trabalhadores, uma luta em conjunto pelos trabalhadores imigrantes, por exemplo. Pensar em ações globais, nos espaços coletivos em que estão os trabalhadores", indicou, defendendo e reiterando uma plataforma de unidade. "Nós trabalhadores não vamos pagar a crise", concluiu.
Arthur da Veiga, presidente da UEERS, falou sobre a relação do capital e do trabalho. "Essa relação é o que está colocando em discussão até mesmo a esquerda mundial", disse. O líder estudantil lembrou que no Oriente Médio é a briga pelo petróleo que provoca guerras, o que provoca as especulações no Ocidente.
Mas as próximas guerras com certeza serão pelo nosso bem maior, que é a água. Então levar esta discussão para a Rio+20 é fundamental, porque o Brasil tem de preservar e defender essa riqueza que é abundante em nosso país", disse. O jovem comentou a situação do Trabalho Decente no magistério. "Os professores precisam da definição de um plano de carreira, porque atuam em condições precárias. Precisamos reformar a educação, com muito debate, respeitando os professores e os alunos", afirmou.
Da CTC Colômbia, José León Pelaez, criticou o atual governo colombiano que deu continuidade à perseguição aos trabalhadores iniciada por Álvaro Uribe. "O Brasil está sendo um exemplo para que continuemos lutando pelos trabalhadores", disse, afirmando o incentivo para os jovens realizar e compartilhar a luta sindical.
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