Desaceleração já se reflete no emprego e na massa salarial
Régis Araújo

A desaceleração do ritmo de crescimento da produção industrial já se refletiu no mercado de trabalho em outubro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível de emprego, o número de horas pagas e a massa salarial caíram, respectivamente, 0,2%, 0,3% e 0,2%, em relação a setembro.

A desaceleração do ritmo de crescimento da produção industrial já se refletiu no mercado de trabalho em outubro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível de emprego, o número de horas pagas e a massa salarial caíram, respectivamente, 0,2%, 0,3% e 0,2%, em relação a setembro.

Embora ainda apresentem resultados positivos na comparação com outubro do ano passado (1,6%; 1,4% e 5,1%), a economista Denise Cordovil, da coordenação de indústria do IBGE, avalia a ocorrência de uma acomodação dos indicadores, refletindo a desaceleração no crescimento da produção.

Segundo ela, a perda de ritmo na atividade industrial chega com defasagem ao emprego no setor, mas os resultados das horas pagas já mostraram efeitos da desaceleração em outubro, justamente em um mês que, tradicionalmente, é aquecido na atividade e no emprego industrial.

A queda na evolução mensal do nível do emprego interrompeu a trajetória de expansão do índice de média móvel trimestral, que vinha aumentando há quatro meses e ficou estável no trimestre encerrado em outubro ante o terminado em setembro.

E, na comparação com mesmo mês do ano passado, embora a alta no emprego tenha sido o 28º resultado positivo consecutivo nessa base de comparação, o resultado de outubro foi o menor apurado desde março do ano passado, quando o nível de ocupação cresceu 1,5%. No indicador acumulado no ano, o pessoal ocupado cresceu 2,6% e em 12 meses, aumentou 2,7%.

A queda no valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria ocorre após um aumento de 2,7%, em setembro na comparação agosto. Segundo o IBGE, a variação negativa de outubro não chegou a interromper a trajetória de crescimento (da folha), como mostra o índice de média móvel de outubro (0,7%), medido entre os trimestres encerrados em setembro e outubro, que cresce há quatro trimestres consecutivos. Nas análises com iguais períodos do ano anterior, os resultados permaneceram positivos: 5,1% frente a outubro de 2007 e 6,6% no acumulado no ano. O indicador acumulado nos últimos 12 meses, a folha aumentou 6,6%.

O número de trabalhadores na indústria aumentou em 11 dos 18 segmentos investigados em outubro na comparação com igual mês do ano passado. Entre os setores, os maiores impactos positivos para a ocupação industrial vieram de máquinas e equipamentos (8,3%), meios de transporte (7,1%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,4%) e alimentos e bebidas (2,1%).

Por outro lado, as indústrias de vestuário (-7,3%), madeira (-10,9%), calçados e artigos de couro (-5,2%) e têxtil (-5,4%) foram os ramos com as principais influências negativas. Entre as regiões pesquisadas, as contribuições positivas mais relevantes vieram de São Paulo (1,7%), Minas Gerais (5%), Rio Grande do Sul (3,2%) e Rio de Janeiro (2,9%).Em sentido contrário, ainda na comparação com igual mês de 2007, os Estados de Santa Catarina (-2,5%) e Pernambuco (-1,3%) exerceram as pressões negativas mais importantes. Já o detalhamento dos resultados da folha de pagamento real, comparativamente a outubro do ano passado, mostram que, entre os setores pesquisados, os impactos positivos mais expressivos foram dados por meios de transporte (8,9%), máquinas e equipamentos (9,8%) e minerais não-metálicos (21,1%).

Em sentido inverso, as pressões negativas mais relevantes foram observadas em papel e gráfica (-5,3%) e outros produtos da indústria de transformação (-7,8%). Em termos regionais, a principal contribuição positiva veio de São Paulo (3,9%) seguido por Minas Gerais (10,3%) e Paraná (10,5%).

Fonte: Jornal do Comércio

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