Deputados se mobilizam pelo emprego e a indústria gaúcha; Sindicalistas fortalecem movimento nacional Grito de Alerta
Jousi Quevedo

A presidência da ALRS, na pessoas da deputada Zila, recebeu o documento unitária das centrais, empresários e estudantes.

A caminhada dos trabalhadores, empresários e estudantes entregou documento com 12 itens reivindicatórios ontem na Assembleia Legislativa do RS pelo emprego e a indústria nacionais. A vice-presidente da Casa, deputada estadual Zila Breitenbach (PSDB) recebeu os sindicalistas e afirmou que é uma responsabilidade do Legislativo receber e se mobilizar pelas propostas.

"Estamos sensibilizados e informados da grave situação das indústrias no Brasil", afirmou Zila.

Muitos deputados circularam em meio aos manifestantes durante os discursos das lideranças na Praça da Matriz.

Um deles, o deputado estadual Mano Changes (PP), destacava sua atuação em defesa da indústria gaúcha. Ele elogiou a união das categorias. "No momento em que todo mundo entende a importância de agregar valor ao produto, a gente para de ser refem de matéria prima e de commodities. Essa união potencializa a força do movimento", disse.

Como presidente da Comissão de Assuntos Internacionais do Mercosul na ALRS, o deputado vem trabalhando sobre o problema das barreiras Argentinas contra a indústria gaúcha. "A Argentina, ao meu ver, chegou à conclusão que não pode concorrer com o Brasil, já que temos um superávit de 6 bilhões. Então está havendo uma retaliação em cima da indústria gaúcha que vem gerando desemprego e chamando as indústrias gaúchas para que tenham planta na Argentina e não mais aqui", explicou Mano Changes.

Segundo o deputado, a retaliação fica clara quando os equipamentos de exportação brasileiros ficam dias trancados nas aduanas. "O RS é o único Estado deficitário na balança comercial, um déficit que chega a 2 bilhões de dólares", apontou.

Mano Changes afirmou que deve ser trabalhada a sensibilização do governador do Estado para que converse com a presidente Dilma Rousseff sobre medidas compensatórias para o RS. "Junto com a Fiergs, Abimaq e Força Sindical criamos um grupo de trabalho para discutir as barreiras argentinas em relação à indústria gaúcha. Hoje estamos potencializando e mostrando ao governador que toda a sociedade está preocupada com o que está acontecendo", destacou o deputado.

"Se não houver medidas, a indústria local vai ser cada vez mais sucateada e o jovem que precisa de emprego - com sua facilidade na assimilação da tecnologia, que é o que favorece ele ao mercado de trabalho - estará prejudicado. Se não tiver indústria, não se gera tecnologia, não se gera emprego, não será agregado valor ao produto e, com certeza, vai faltar recursos para a educação, para a saúde, para a banda larga pública", concluiu Mano Changes.

Centrais sindicais no Grito de Alerta pelo Emprego e a Indústria

O papel da Força Sindical na mobilização Grito de Alerta foi articulado por dirigentes da central de todo o país.

Conforme o presidente da Força Sindical-RS, Clàudio Janta, os sindicalistas se reuniram e perceberam que era necessário fazer algo pela geração de emprego e renda e de maneira urgente. "Precisamos garantir o desenvolvimento e a continuidade do trabalho brasileiro e a sua preservação junto à indústria nacional", ressaltou.

Segundo Janta, as importações "fazem mal ao emprego brasileiro". "A indústria de calçados, vestuário e de peças estão apenas colocando etiqueta, não produzindo mais. A indústria de plástico, de vidro também. É importantíssimo que o emprego nestes setores seja criado e gerado aqui no Brasil", destacou o sindicalista gaúcho.

Jeferson Coriteac, diretor nacional da Força Sindical e diretor executivo dos Metralúrgicos de SP, participou do ato com sindicalistas em Porto Alegre. "Este foi o primeiro evento de uma série de tantos eventos a nível nacional que iremos fazer. É uma satisfação participar em Porto Alegre. Este é o pontapé inicial juntamente com os empresários que disponibilizaram alguns trabalhadores para participar", disse.

"Estamos aí com nossa batalha, vamos lutar pelo nosso emprego, o emprego no Brasil. Questionar e lutar pela contenção da entrada desenfreada de produtos importados que acabam com os empregos aqui", frisou.

E completou: "Que os produtos importados entrem no país, mas que paguem impostos, para que possamos dar prosseguimento ao crescimento dos empregos brasileiros".

Para o sindicalista, o Brasil está preparado para suprir a demanda por produtos manufaturados. "Temos condições de fabricar tudo aqui no Brasil, só temos que ter oportunidade. As empresas estão fechando as portas, demitindo e acabando com  os empregos, não por que não temos capacidades, e sim por que a competitividade de produtos de fora, com a mão de obra semi-escrava, é nefasta para a concorrência e para os direitos, como os navios que vem da China carregados de produtos com alto custo humano e baixo na ponta. Isso acaba com o produto do Brasil, porque chega aqui o produto chinês muito barato e nós não temos condições de concorrer com estes preços", justificou.

"Nossos produtos têm de ser nacional, temos que dar prioridade a nossos produtos", pediu Coriteac.

Veja as datas dos demais atos pelo Brasil:

8 de março: Santa Catarina - Florianópolis

Horário: 15h

Local: Assembleia Legislativa

Endereço: Praça Tancredo Neves

03 de abril: Paraná - Curitiba

Horário: 14h

Local: em frente a Bosh

Endereço: Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, 1800

04 de abril: São Paulo

Horário: 10h

Local: Estacionamento da Assembleia Legislativa

Endereço: Av. Pedro Alvares Cabral, 201

13 de abril: Manaus

Horário: 18h

Local: Arena Povos da Amazônia

Endereço: Distrito Industrial

10 de maio: Brasília

Nordeste e outros estados: As datas estão sendo agendadas

Leia o documento na íntegra clicando aqui.

Texto: Josemari Quevedo

Imagens: Daiana Rodrigues

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