por Jousi Quevedo | Para conscientizar a população sobre os direitos da pessoa idosa, a Frente Parlamentar em Apoio ao Idoso promoveu ontem o debate Quem Maltrata o Idoso Não Fere Apenas o Corpo, mas Apaga Toda Sua História.
Para conscientizar a população sobre os direitos da pessoa idosa, a Frente Parlamentar em Apoio ao Idoso promoveu ontem o debate Quem Maltrata o Idoso Não Fere Apenas o Corpo, mas Apaga Toda Sua História. O evento, que foi realizado na Câmara dos Deputados, faz parte de uma programação voltada para o Dia Mundial de Combate à Violência Contra Idosos, comemorado em 15 de junho.
Abrindo o encontro, o deputado federal Vitor Paulo, da Frente Parlamentar de Apoio ao Idoso, defendeu que a violência deve ser combatida com a mudança de comportamento em relação a quem cuida dessas pessoas. "Fui criado pela minha avó e, na minha época, era natural o respeito pelo idoso. O valor do idoso precisa ser reconhecido. As ações atuais serão refletidas em um futuro próximo".
A deputada federal Flávia Morais, presidente da Frente Mista de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, destacou a importância da aprovação do Estatuto do Idoso. Segundo ela, em 2020, haverá cerca de 40 milhões de pessoas com mais de 60 anos no país.
A aprovação do Estatuto do Idoso foi um avanço, porém, a prática ainda precisa ser inserida. É um trabalho que tem que ser feito a curto e longo prazo, começando pelas crianças. O idoso precisa ser respeitado de forma consciente e não obrigatória. Sabemos que a violência invisível, como o abandono, é a que mais afeta os idosos, causando até mesmo depressão. A semana de combate chama atenção para esse tema e fortalece as intenções de luta pelos direitos dos idosos", disse a deputada.
Flávia diz que, muitas vezes, a violência física tem relação com drogas. "O idoso que sofre violência por alguém da família não tem coragem de denunciar. Se for constatado que o agressor é usuário de drogas, sua punição será a internação em uma clínica de reabilitação".
O presidente da Associação dos Aposentados do Distrito Federal (Asaprev/DF), João Pimenta, acredita que para haver mudanças é preciso uma maior mobilização da sociedade.
Foi preciso que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituísse um dia para chamar a atenção para o problema. O desdém que muitos jovens tratam os idosos é muito grande. Quem tem esse tipo de atitude não tem compromisso algum com o seu futuro. Os idosos são estigmatizados como um ser humano inútil e, em alguns casos, são renegados pela própria família. Isso já é considerado um tipo de violência", disse Pimenta.
O conselheiro municipal do Idoso de Itabuna (BA), Agnaldo Ramos, acredita que é necessário a criação de mais centros de convivência de idosos e a construção de hospitais geriátricos no país. "O Brasil não está preparado para cuidar dos mais velhos. É necessário o aumento no orçamento para a criação desses centros e hospitais para garantir maior qualidade de vida dessas pessoas".
Ramos também denunciou o desrespeito de agências bancárias que não priorizam o atendimento aos idosos. "Os bancos criam seu próprio estatuto, suas regras. Isso está errado. O estatuto deixa claro que o atendimento precisa ser prioritário e imediato", disse Ramos.
Maria Alexandrina da Conceição, de 68 anos, que mora com sua família, disse estar feliz com as discussões feitas durante o debate. "A gente sabe que tem gente muito próxima que maltrata os mais velhos e isso não deveria acontecer. Essa discussão é importante e necessária para que as pessoas abram os olhos e tratem melhor quem tanto os ama".
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