Déficit zerado com aumento tributário? Receita antiga.
Régis Araújo

acote proposto pela governadora Yeda Crusius surpreende pela falta de criatividade. O governo espera mais de R$ 580 milhões líquidos nos cofres do Estado com a implementação das propostas. E o que esperam os trabalhadores? Pagar a conta, mais uma vez.

O pacote proposto pela governadora Yeda Crusius surpreende pela falta de criatividade. O governo espera mais de R$ 580 milhões líquidos nos cofres do Estado com a implementação das propostas. E o que esperam os trabalhadores? Pagar a conta, mais uma vez.

A projeção de Yeda era fazer o Estado crescer em dois anos, enfrentando o déficit primário e as dívidas com a União e os credores. O primeiro ano está quase no final, e o que foi feito? Inúmeras tentativas de onerar os trabalhadores, pelo que vemos.

A governadora pretende reajustar o ICMS, e os índices do imposto sobre os combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. Ou seja: ao acordar pela manhã e acendermos a luz ou tomarmos café, devemos ficar mais felizes, pois já estaremos contribuindo para o desenvolvimento do Estado.

Se a governadora está seguindo o caminho de Aécio Neves, que ao assumir a administração de Minas Gerais, reverteu um déficit de R$ 2,3 bilhões em dois anos, o caminho não é bem esse. As medidas de choque de gestão de Aécio Neves não foram sustentadas pelo aumento da arrecadação, mas pelo enxugamento do Estado. Ele reduziu de 21 para 15 as secretarias de Estado, cortou 1.308 cargos de confiança, reduziu em cerca de R$ 19,4 milhões ao ano os custos da máquina pública.

Estas, entre inúmeras outras medidas, que atingiram inclusive o funcionalismo, foram responsáveis por após cinco anos de governo, Aécio Neves encaminhar um orçamento que prevê R$ 9 bilhões em investimentos para 2008.

Então governadora, rasgue sua antiga receita de bolo e tenha coragem de ousar, mas não com o nosso dinheiro. O povo gaúcho está cansado de pagar as contas do governo. Reorganize as contas, mas começando pelas da sua casa. A máquina pública. Há secretarias para reduzir, funcionários do magistério e da segurança pública para realocar. Há muito a ser feito antes de sacrificar quem trabalha para colocar o pão na mesa e garantir a educação e a saúde dos filhos, serviços que nem sempre o Estado está pronto a prestar. Não há mais espaço para aumentar os impostos, não antes de varrer para fora das portas do Piratini tudo o que está ocupando demasiado espaço.

Esperamos ações concretas e eficazes, mas com respeito aos trabalhadores gaúchos.

Cláudio Janta

Presidente da Força Sindical RS

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