Comércio varejista vende mais 9,2%
Régis Araújo

vendas do comércio varejista cresceram 9,2% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado e 0,5% na comparação com o mês anterior. O aumento dos preços dos alimentos reduziu um pouco o ritmo de expansão do setor que, no entanto, acumula alta de 9,7% neste ano.

As vendas do comércio varejista cresceram 9,2% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado e 0,5% na comparação com o mês anterior. O aumento dos preços dos alimentos reduziu um pouco o ritmo de expansão do setor que, no entanto, acumula alta de 9,7% neste ano. O técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Reinaldo Pereira, avalia que o bom desempenho do varejo reflete "as condições favoráveis da conjuntura econômica".

Pereira observou que o crescimento nas vendas teve impacto positivo, além do crédito e dos juros, da queda da taxa de desemprego e do aumento do rendimento médio real de 2,5% em julho deste ano, ante igual período de 2006. "Observa-se manutenção de forte crescimento das vendas no varejo sustentadas por bens duráveis (móveis, eletrodomésticos, automóveis)", avalia o analista da Tendências Consultoria, Alexandre Andrade. Segundo ele, a trajetória atual do setor "reflete o aumento da demanda agregada em 2007", sustentado pelas melhores condições no crédito destinado às pessoas físicas e do mercado de trabalho.

A expectativa de Andrade é que o varejo registre uma expansão de 8,7% em 2007, superior ao crescimento de 6,2% observado no ano passado. O analista avalia que o crédito será uma variável fundamental para determinar o desempenho do varejo nos próximos meses.

O chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, concorda que o crédito está impulsionando o varejo. Segundo ele, a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano), ontem, de reduzir em 0,50 ponto para 4,75% ao ano a taxa básica de juros, deverá provocar novas quedas nos juros no Brasil e favorecer o comércio. O argumento é que o dólar continuará baixo, favorecendo as importações do varejo, enquanto o crédito vai se manter em alta.

Freitas espera elevação de 8,9% nas vendas do varejo em 2007, mas detectou desaceleração na magnitude do crescimento das vendas do setor, de julho para junho. Em junho, as vendas cresceram 11,3% ante 2006. Para o economista, a perda de ritmo está relacionada a um limite natural na capacidade de endividamento do consumidor e à alta dos preços dos alimentos. O segmento supermercadista tem o maior peso entre as atividades pesquisadas pelo IBGE.

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