Acontecimentos no mercado que afetam os comerciários.
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Cenário é favorável ao consumo em 2013
por Gabriella Oliveira | Economista da Fecomércio-SP alerta para os perigos da inflação e o nível de endividamento das famílias.
O ano de 2013 será bom para o varejo gaúcho, com incremento do consumo, mas é preciso ficar de olho na inflação. A avaliação foi feita ontem pela economista-chefe da Fecomércio/RS, Patrícia Palermo, que detalhou a lojistas pontos importantes do cenário econômico e seus possíveis reflexos no setor. Com o tema O que o varejo vai encontrar na economia de 2013, a especialista apresentou uma série de variáveis que comprometem o consumo das famílias: inflação, taxa de juros, nível de endividamento, disponibilidade de crédito, taxa de desemprego e confiança do consumidor. "Vamos crescer em 2013, mas é preciso ter em mente que esse incremento se compara com o ano de 2012, que foi muito ruim em termos econômicos", ressaltou.
Para embasar sua argumentação, Patrícia apontou dados que revelam aumento da oferta de emprego, com 68 mil vagas criadas em 2012 e uma taxa média de desemprego de apenas 4% no Rio Grande do Sul. A massa real de salários cresceu 3,2%. "As famílias, especialmente as de baixa renda, continuarão contribuindo para o aumento do consumo, pela continuidade da expansão da renda real", afirmou. Segundo ela, essa expansão é sustentada pelo trabalho, com taxas de desemprego caindo de forma expressiva de 9,5% em 2003 para 4% na atualidade. A economista aposta na expansão mesmo diante do aumento do índice de endividamento das famílias, que passou de 41,7% em 2011 para 43,4% em 2012. Em 2005, esse índice era de 21,5%.
O problema não é o endividamento, mas sim, a forma como ela é estruturada. Nesse caso, verificamos muitas dívidas de curto prazo, o que possibilita que, em um ano, o consumidor recupere a capacidade de endividamento", explicou. Além disso, o comprometimento da renda das famílias caiu em 2012 para 21,9%, ante o percentual de 2011 de 22,9%. "Parece pouco, apenas um ponto percentual, mas esse um ponto representa R$ 2 bilhões ao mês girando na economia", destacou. A queda se deveu à redução dos juros. Com menos renda comprometida, os consumidores passam a ter mais fôlego para entrar no mercado, confiantes também frente a um cenário de mais renda e crédito disponível.
Sobre os índices de inadimplência, que chegaram a 8%, no curto prazo devem se manter estabilizados. "Essa é uma ótima notícia para o varejo, mas é preciso lembrar que a inadimplência é cíclica e acompanha os movimentos da economia, portanto, pode ter alguma alteração daqui a uns seis meses. Com o aumento da inflação, a Selic também sobe e impacta na inadimplência", alertou. Na opinião da especialista, para evitar a falta de pagamento do crédito é importante educar o consumidor sobre a forma mais correta de gastar o seu dinheiro. "Tem gente que nem sabe ao certo quanto ganha e muito menos o quanto gasta", destacou.
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