Carta do Mundo do Trabalho - Trabalhadores do mundo: Protagonismo e propostas para enfrentar a crise
por Jousi Quevedo |
Trabalhadores do mundo
Protagonismo e propostas para enfrentar a crise
Desde a segunda metade da última década, o planeta vive uma de suas mais violentas crises econômicas, comparada ou até mesmo considerada mais profunda do que a Grande Depressão iniciada em 1929 nos Estados Unidos e espalhada para os demais países do mundo. Trata-se de um dos maiores desafios da história moderna da Humanidade, que exige de todos um compromisso global para a sua solução, com respeito às soberanias, às economias regionais e também às ideologias e especificidades culturais e históricas de cada povo, nação, tribo, etc.
Novamente deflagrada nos Estados Unidos, a crise tem como epicentro o sistema financeiro que, com a substituição do Steagall Glass Act (lei norte-americana de 1933, proibia os bancos comerciais de também serem bancos de investimento e limitando suas intervenções no mercado financeiro), pelo Gramm-Leach-Biley Act, no Governo Clinton, que mudou a lei anterior e permitiu aos bancos atuarem além do mercado financeiro. A total desregulação do sistema financeiro, e a conciliação com suas práticas nefastas às economias, fez da falência do banco Lehman Brothers, em 2008, o estopim que se alastrou pelas economias centrais, especialmente nos países da Europa.
Ainda sem solução nos Estados Unidos, e com um quadro de agravamento na Comunidade Econômica Européia, os governos desses países sucessivamente adotam medidas inócuas que apenas aprofundam ainda mais a crise, atingindo de forma especial os trabalhadores. O corte de investimentos públicos, particularmente sociais e em educação, a demissão de funcionários públicos, a redução de salários, do que são exemplos drásticos as medidas aplicadas na Grécia, e que se espalha pela maioria dos países da Europa, resultam em mais recessão, falência industrial, desemprego e perda da qualidade de vida dos cidadãos.
As manifestações de resistência da juventude e dos trabalhadores desde o movimento Occupy Wall Street, nos Estados Unidos, e passando pelos países europeus, demonstram a ineficácia dessas medidas neoliberais para as economias locais. Além disso, a ação dos governos traz paralelamente em seu bojo o viés da repressão política em todas as suas formas clássicas e modernas, da violação das liberdades individuais, do ataque às organizações sindicais e sociais e à liberdade de imprensa.
O Brasil - sede desta edição do Fórum Social Temático, sob o tema "Crise capitalista – justiça social e ambiental" - seus governantes, seu povo e, particularmente, seus trabalhadores, têm uma importante contribuição a dar ao mundo neste momento. Desde o segundo Governo Lula, quando eclodiu a crise mundial, o país apostou em outro caminho para enfrentá-la, com valorização salarial, criação de postos de trabalho, redução de impostos, desenvolvimento industrial, fortalecimento do mercado interno e protagonismo dos trabalhadores.
Ao invés de investir na redução do papel social do Estado, na recessão econômica, no empobrecimento dos trabalhadores e na negação de qualquer futuro à juventude, é preciso apostar mais na força criativa e produtiva dos 99% da população mundial e menos no 1% representado pelo Sistema Financeiro. O novo mundo em construção exige valorização da produção, valorização do trabalho, vigência plena do Trabalho Decente, desenvolvimento com respeito ao meio-ambiente e à sustentabilidade, democratização do acesso à informação e participação dos trabalhadores nas decisões.
Os representantes dos trabalhadores de todo o mundo reunidos no Fórum Social Temático em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, reafirmam que "outro caminho é possível", ao contrário do que pregam as teses do liberalismo tardio em vigor que pautam as medidas de enfrentamento à crise. A exemplo dos trabalhadores brasileiros, organizados em suas Centrais Sindicais, os trabalhadores de todo o mundo devem exercer e ter respeitado o seu papel de protagonistas para afirmar uma nova realidade econômica, social e política.
Nos últimos dias, o debate sobre o fim da escala de trabalho 6x1 e a possibilidade de um modelo mais humanizado, com três dias de folga por semana, voltou ao centro das discussões. Esse é um tema que o Sindec-POA apoia e luta há décadas para que se torne realidade, não só pela sua importância social, mas por representar um avanço concreto nas condições de vida dos trabalhadores.
Com objetivo de oferecer à categoria comerciária, ferramentas de que possam completar e acelerar sua jornada de ensino e formação profissional, recentemente firmamos convênio com o Colégio Método para o EJA (Educação de Jovens e Adultos) ensino Fundamental e Médio.
Na noite de quarta-feira, 30 de outubro, data que celebra o Dia do Comerciário, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec) realizou a cerimônia de posse de sua nova diretoria para o quadriênio 2024-2028.
O Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre e os sindicatos empresariais do comércio finalizaram com sucesso a campanha salarial, firmando um acordo que assegura avanços importantes para os trabalhadores.