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Black Friday deve faturar quase R$ 1 bilhão

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Pessoas na fila do caixa de um aloja, com carrinhos carregados com caixas de televisão de plasma.
A Black Friday, data que passou a integrar o calendário promocional do varejo brasileiro desde 2010 inspirada no modelo norte-americano de queima de estoque, está ganhando novos contornos.

A Black Friday, data que passou a integrar o calendário promocional do varejo brasileiro desde 2010 inspirada no modelo norte-americano de queima de estoque, está ganhando novos contornos. Cada vez mais extensa, a campanha começou no e-commerce, mas já toma espaço nas lojas físicas, abrindo um leque de opções aos consumidores, que podem aproveitar os descontos da ocasião para comprar desde eletrodomésticos até carros e apartamentos. Em alguns casos, como no setor de imóveis, a promoção iniciou a quase um mês.

Em Porto Alegre, a projeção é de que o total de compras na internet amanhã, data oficial do evento, ultrapasse os R$ 22 milhões, crescimento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado, tendo os seguintes produtos como os mais desejados pelos consumidores: eletrônicos (15,91%), eletrodomésticos (13,92%) e informática (12,5%).

Em 2014, apenas a capital gaúcha movimentou R$ 20,3 milhões. A edição de 2015 também deve bater recorde em âmbito nacional, alcançando a marca de R$ 978 milhões em faturamento no online, ante R$ 871 milhões em 2014.

De acordo com o diretor geral do BlackFriday.com.br, Juliano Motta, o incremento esperado, embora menor do que em edições anteriores, é relevante em um ano economicamente complicado. "Alguns fatores, como o aumento do desemprego e a desvalorização cambial, afetam o nível de consumo. Crescer nesse cenário mostra a consolidação da importância dessa data para o varejo brasileiro", destaca. Segundo Motta, a audiência da página oficial da promoção na internet cresceu 30% em outubro e novembro na comparação com o mesmo período do ano passado, o que pode garantir uma expansão maior do que a inicialmente projetada.

Com a consolidação da data no Brasil, as promoções ganham a adesão de diversos setores. Na edição atual, os consumidores podem ir além dos eletrônicos e eletrodomésticos e aproveitar a oportunidade para adquirir até um carro ou um apartamento. O portal imobiliário VivaReal, por exemplo, promove sua segunda edição com descontos de até 50% e a possibilidade de uma redução bruta no valor do imóvel podendo chegar aos R$ 450 mil. São mais de 400 empreendimentos de 30 incorporadoras espalhados por cerca de 20 cidades, inclusive Porto Alegre, disponíveis desde o início de novembro.

As incorporadoras têm mostrado interesse em participar da Black Friday para acelerar a busca pelo faturamento previsto para o ano e para comercializar seus estoques, produtos adequados ao mote da campanha e que estão disponíveis em grande número" destaca o vice-presidente executivo do Viva Real, Lucas Vargas. Da mesma maneira, diversas marcas e concessionárias de automóveis também estão ofertando condições especiais durante a semana da Black Friday. As ações garantem, entre outras vantagens, descontos, veículos a preço de fábrica, taxa mais baixas de financiamento e isenção dos custos de documentação.

Para as vendas online, o ticket médio previsto é de R$ 422,00 em 2015. No ano passado, segundo pesquisa do Nielsen/IBOPE, na sexta-feira da promoção, o número de visitantes únicos dos sites das lojas superou o de usuários de redes sociais, chegando a mais de 10 milhões. Além disso, quando estão no estabelecimento físico, 60% dos entrevistados utiliza o celular para comparar os preços com os do on-line. "A Black Friday fez o e-commerce melhorar no Brasil no que se refere ao atendimento e a logística de entrega e pós-venda, além de agregar mais ofertas", avalia Motta.

Campanha ganha espaço no offline

Para além da internet, onde foi lançada, a Black Friday também ganha força no offline. Por isso, shopping centers e grandes redes do varejo preparam condições especiais para a data. De acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, no ano passado, o fluxo de cliente em lojas físicas cresceu 46% durante a data. "O consumidor brasileiro passou a desejar a Black Friday não apenas no e-commerce. Então, incorporamos a campanha para nossos shoppings, pois a integração do on com o offline é muito importante", afirma a diretora de marketing da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, Aline Zarouk.

O diretor comercial e de marketing da Lojas Colombo, Anderson Salvadori, espera um crescimento de 11% no faturamento em relação a promoção do ano anterior. Com isso, em apenas um dia, o total registrado de vendas deve corresponder ao que é normalmente comercializado em 15 dias. Na ocasião, embora o online ainda detenha maior participação, as 260 lojas físicas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná já respondem por 40% do faturamento total da empresa. "Trabalhamos há vários meses, realizando investimentos na estrutura de TI e de logística, com intuito de garantir facilidade na compra e agilidade nas entregas", destaca Salvadori.

Em Porto Alegre e Alvorada, o Sindilojas lançou uma campanha de decoração dos estabelecimentos para estimular as vendas. A entidade distribuiu gratuitamente kits promocionais como móbiles, flyer, cartazes, display de vitrine e de balcão. Mais de 800 lojas associadas ao Sindicato aderiram à iniciativa.

Enquanto isso, o Procon-RS divulgou uma série de dicas para evitar fraudes, como utilizar as lojas físicas para conferir os preços e as características dos produtos antes de comprar pela internet. O direito de arrependimento, por outro lado, pode ser usado apenas para compras fora do estabelecimento comercial. No caso da compra presencial, cor ou tamanho do produção não obrigam o lojista a efetuar a troca. O órgão publicou também uma lista com cerca de 500 sites de compras não recomendados e que os consumidores devem evitar acessar nesta sexta-feira e no período das compras de presentes natalinos.

Para acessar a listagem o consumidor deve clicar no banner 'Evite esses sites', disponível na página do Procon, www.proconpoa.rs.gov.br. Os sites estão listados em ordem alfabética, razão social da empresa e número do CNPJ ou CPF. A listagem resulta de reclamações recebidas pela Fundação Procon São Paulo por irregularidades na prática de comércio eletrônico por parte destas empresas.

Alertamos o consumidor para que consulte essa lista antes de efetuar a compra pela internet", afirma o diretor executivo do Procon Porto Alegre, Cauê Vieira.

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