Centrais e empresários garantem apoio do Senado contra Desindustrialização
Jousi Quevedo

Em conjunto, senadores se posicionaram pela votação ainda em março do projeto que uniformiza as alíquotas do imposto em operações interestaduais.

As centrais sindicais representantes dos trabalhadores brasileiros se reuniram nesta terça-feira com o presidente do Senado Federal, José Sarney, e garantiram o apoio para a votação do PRS 72/ 2010, de autoria do líder do governo no senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Na reunião dos representantes da Força Sindical, CGTB, UGT, CGT, CTB e CUT estiveram presentes ainda os senadores Ana Amélia Lemos (PP-RS); Armando Monteiro (PTB-PE), ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Gim Argello (PTB-DF); Álvaro Dias (PSDB-PR); e Renan Calheiros (PMDB-AL).

O deputado federal Paulinho Pereira (PDT-SP) liderou a frente dos trabalhadores, ao lado do presidente da CNI, Robson Andrade. Pela Força Sindical-RS, estiveram presentes o vice-presidente, Walter Fabro; o diretor Marcelo Furtado; e o assessor Fernando Rosa.

Todos os senadores se comprometeram a aprovar em regime de urgência o projeto de resolução. "Vamos antecipar a votação [do PRS 72/10] desde que as lideranças aceitem estabelecer urgência urgentíssima em torno dessa matéria", afirmou Sarney durante o encontro realizado no gabinete da presidência do Senado.

Para o presidente do Senado, a união entre empresários e trabalhadores em torno da proposta demonstra o amadurecimento do país.

"Uma reunião dessa natureza significa o quanto nós avançamos de tal maneira que capital e trabalho possam, em igualdade de condições, estabelecer políticas dentro do interesse nacional. Portanto, essa é uma reunião histórica", afirmou.

Conforme o senador, o Brasil avança ao unir trabalhadores e empresários em defesa dos interesses maiores do Brasil. "Estamos defendendo a indústria neste momento, e não protegendo-a. Não podemos deixar que a desindustrialização aconteça jamais no Brasil", destacou.

A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) se colocou ao lado dos trabalhadores. "Me associo ao movimento para lutar em defesa da indústria do Brasil, a indústria gaúcha, mas, principalmente, em defesa dos trabalhadores e do emprego", declarou a senadora.

Outra presença importante na reunião foi a do diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado Neto, que comentou o atual momento da indústria no país. "Estamos vivendo um momento de vandalismo econômico. Temos que escolher se queremos que o Brasil seja uma colônia ou uma potência", afirmou.

Já Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), citou números para delinear o quadro econômico da situação. Ele citou que a indústria têxtil já significou 20% do PIB brasileiro, hoje reduzido esse percentual a 15%. Afirmou que o segmento é responsável por 13% da indústria de transformação atual, gerando 8 milhões de empregos.

E comparou trazendo uma história para a reunião: "A cidade de Rosário no Maranhão sobrevivia pela produção de fardas militares. Hoje, elas são importadas da China."

O  presidente da FIERGS/CIERGS, Heitor José Müller, acompanhou o encontro.

Texto: Força Sindical-RS com informações da Agência Senado.

Imagens: Agência Senado.

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