Estado é o terceiro em geração de postos formais em fevereiro
Ligiane Brondani

Ministro anunciou, na Capital, melhorias na pasta e relançamento do Mais EmpregoMinistro anunciou, na Capital, melhorias na pasta e relançamento do Mais Emprego.

O Estado ficou em terceiro lugar na geração de empregos formais em fevereiro no Brasil. O saldo entre admissões e demissões ficou positivo em 26,5 mil vagas entre 260,8 mil no País, segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que abriu ontem, em Porto Alegre, um encontro sobre acidentes e segurança no trabalho, na sede da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs). Dias visitou no fim da manhã as obras de ampliação da Celulose Riograndense em Guaíba, avaliadas em R$ 5 bilhões, maior investimento da história recente do Estado. O empreendimento virou exemplo de contratação de mão de obra regional formada em programas de qualificação profissional bancados pelo governo federal. Mais de 4 mil trabalhadores atuam na construção e instalações. O novo complexo, que quadruplicará a capacidade de processamento de celulose, será inaugurado em 3 de maio de 2015.

Os dados completos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro foram divulgados em Florianópolis, em Santa Catarina. Dias noticiou o balanço em seu estado natal, Santa Catarina, que também foi destaque no mês passado, com novos 27.891 empregos, perdendo apenas para São Paulo, com 77.928 novas vagas. “O emprego vai bombar o ano todo. Vamos chegar a um saldo de 1,5 milhão de vagas formais”, declarou.

Em números absolutos, os destaques na geração de vagas no País foram o setor de serviços, com geração de 143.345 postos; indústria de transformação, com 51.951 vagas em fevereiro e construção civil, com saldo positivo de 25.055 vagas. O ministro destacou que os desafios, neste ano, estão na qualificação profissional e acesso a tecnologias. A meta é abrir 500 mil vagas no Pronatec Trabalhador, 250 mil no ProJovem e outras 100 mil no segmento de Menor Aprendiz. Segundo Dias, a fase atual é de apuração da demanda pelas comissões estaduais de emprego.

Na intermediação de oferta de emprego, o governo vai relançar, no fim do mês, o portal Mais Emprego, com ajustes na ferramenta para permitir maior autonomia e agilidade na busca de trabalho pelas pessoas. “O trabalhador fará sua busca, inserindo seus dados, procurando pelo nome da empresa, setor e faixa de salário”, prometeu Dias. O novo portal, que chegou a ser lançado em 2011 pelo então ministro do Trabalho Carlos Lupi está dentro de pacote de ações para modernizar a estrutura de atendimento da pasta.

“A presidente Dilma determinou as mudanças, garantiu recursos, e teremos apoio do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Será um novo ministério”, definiu o titular. As mudanças devem consumir R$ 360 milhões mas não ficarão prontas neste ano, devido ao tempo de implementação. Também serão feitas reformas de agências de atendimento e construção de sedes. O Estado será contemplado pelo pacote.

Industriais apontam a intempestividade das autuações trabalhistas*

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que é preciso cuidar da saúde e segurança dos trabalhadores. Uma das razões é o impacto nas despesas no Ministério da Saúde e na Previdência Social. Em 2013, o ministro disse que ocorreram 700 mil casos. Foram feitas 135.546 inspeções em empresas no Brasil. Dias participou ontem do Encontro Estadual de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), na Fiergs, em Porto Alegre. O elevado número envolve, segundo o ministro, desde aspectos culturais até a falta de comissões de segurança nas fábricas. O governo fará uma campanha publicitária abordando saúde, segurança e trabalho, que estreará na Copa do Mundo.

O presidente da Fiergs, Heitor José Müller, e dirigentes da entidade tiveram um rápido encontro, a portas fechadas, com o ministro. Na pauta, as corriqueiras interdições e paralisações de obras na construção civil devido a inconformidades a normas técnicas de segurança que geram medidas de fiscais e auditores.

A construção lidera em embargos e interdições no País, com 3.427 casos em 2013, seguido por 630 no comércio. Müller apontou a “intempestividade das autuações” como problema principal e defendeu mais diálogo para ajustar as condutas e atender às regras. “O fiscal não vai primeiro na obra para orientar e cobrar depois. Em vez disso, já autua e interdita máquinas”, exemplificou o dirigente industrial. O titular da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Flávio Zacher, garantiu que buscará mais equilíbrio na atuação do órgão. “Sem abrir mão da lei. Mas quanto mais diálogo, mais fácil será o entendimento.”

Jornal do Comércio*

Voltar pro topo