Empregados têm ganho maior com redução de imposto sobre lucros
Gabriella Oliveira

Dieese estima que mais de 780 mil trabalhadores poderão ser beneficiados.

Em boa parte concentrado no primeiro trimestre, o pagamento dos programas de participação nos lucros e resultados (PLR) das empresas para os funcionários começa a aparecer nos contracheques com uma mordida menor do Leão.

Desde 1º de janeiro, estão isentos de Imposto de Renda (IR) os benefícios de até R$ 6 mil, faixa quase quatro vezes maior do que vigorava até o ano passado. A medida, anunciada no fim de 2012 pelo governo federal, também estabeleceu alíquotas progressivas para valores superiores ao teto de isenção, mas mesmo quem seguirá tributado terá um total menor retido na fonte.

Embora ainda não exista uma projeção final, dados da Central Única dos Trabalhadores (CUT) baseados em levantamentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam que, em apenas quatro grandes setores – bancário, petróleo e gás, elétrico e montadoras – são mais de 780 mil beneficiados. Os mesmos cálculos indicam que, só nesses segmentos, o governo federal abriria mão de R$ 1,4 bilhão em arrecadação.

— Para o trabalhador, significa mais renda disponível para o consumo — resume o supervisor técnico do Dieese no Rio Grande do Sul, Ricardo Franzoi, lembrando que, em regra, os programas de PLR são adotados apenas por grandes e médias empresas e, com maior frequência, na indústria.

Para Marcos Paiva, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), um dos grandes méritos da iniciativa do governo foi deixar clara uma diferença tributária entre salários e participação por lucro.

— O salário é uma contrapartida do trabalho e tem de pagar IR. Participação em lucro é outra coisa. Creio que a tendência é acabar com a tributação — afirma Paiva, ressalvando que deveria ser mantido o pagamento de IR sobre os bônus pagos a altos executivos.

Fonte: Zero Hora

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