Procon critica demora na redução de preço da cesta básica
Ligiane Brondani

Depois de artigo em que pede que donos de supermercado façam.

Depois de publicar um artigo em Zero Hora na edição desta sexta-feira, pedindo aos donos de supermercados que façam "mea culpa" e advertindo que "não é o momento da classe empresarial compensar as perdas causadas pelos encargos excessivos", presidente da Associação Gaúcha dos Supermercados, Antônio Cesa Longo, amenizou a posição da entidade.

— Os preços irão cair em algum momento. O mercado vai acabar se ajustando— afirmou, evitando definir uma data em que a queda de preços deve ocorrer.

Na quarta-feira, reportagem publicada por ZH mostrou que, ao contrário do esperado, os preços dos produtos da cesta básica de Porto Alegre subiram, em vez de recuar. No dia 8 de março, a presidente Dilma Rousseff anunciou a retirada de impostos sobre os produtos que compõem o conjunto, como carne e café. A expectativa do governo, que chegou a se reunir com donos de supermercados para reforçar a necessidade de repasse do alívio tributário, era de uma queda de preços em torno de 9%. Conforme avaliação da própria Agas, as carnes seriam o primeiro item a ficar mais barato. Ao contrário, a pesquisa mostrou que a carne de frango aumentou quase 6%, e a bovina subiu 0,20% mesmo depois da retirada de tributos federais.

Segundo Longo, "de maneira geral", os supermercados estão repassando aos consumidores o benefício da retirada de impostos, mas a queda dos preços ainda não apareceu integralmente nas prateleiras porque os produtos que estão sendo vendidos agora estavam nos estoques e, portanto, comprados antes do anúncio da desoneração. O presidente da Agas também afirmou que o texto foi um recado geral e não direcionado a nenhuma rede em especial.

Para a diretora do Procon de Porto Alegre, Flávia do Canto, o artigo de Longo indica que faltou orientação para repassar a redução de impostos para os preços. Embora admita que os órgãos de defesa do consumdir não podem atuar na fiscalização dos supermercados porque o repasse da redução de impostos não é obrigatório, afirma:

— O artigo do presidente da Agas indica que ele quer a responsabilidade das costas sobre eventuais aumentos de preço. A alta da cesta básica não me surpreendeu, os supermercadistas pensam mais no próprio negócio do que no consumidor — disse Flávia.

Zero Hora*

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